O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos (EUA) registrou um crescimento anualizado de 2,8% no terceiro trimestre de 2024, conforme divulgado pelo Departamento de Comércio. Esse avanço, embora robusto, ficou ligeiramente abaixo da expectativa de economistas consultados pela Reuters, que previam um crescimento de 3,0%. Este resultado ocorre em um contexto econômico marcado por inflação em queda e aumento dos gastos dos consumidores, fatores que têm grande relevância à medida que o país se aproxima das eleições presidenciais.

A divulgação do PIB aconteceu em um momento crucial, a menos de uma semana das eleições presidenciais, programadas para 5 de novembro. Os eleitores terão a oportunidade de escolher entre Kamala Harris, atual vice-presidente e candidata pelo Partido Democrata, e o ex-presidente Donald Trump. A economia é frequentemente considerada uma das principais questões nas eleições, e as pesquisas indicam uma disputa acirrada entre os candidatos.

Os gastos dos consumidores, um componente vital da economia, foram impulsionados por uma combinação de inflação em declínio e aumentos salariais substanciais. Este crescimento da demanda se reflete na força do mercado de trabalho, que continua a gerar empregos e renda, mesmo diante de incertezas políticas e econômicas.

O relatório do PIB também incluiu revisões anuais que indicaram que a economia estava mais forte do que o previamente estimado. Essas revisões quase eliminaram a diferença entre o PIB e a Renda Interna Bruta (RIB), uma medida alternativa que fornece uma visão mais completa do crescimento econômico. Antes dessas revisões, alguns economistas haviam argumentado que a atividade econômica poderia estar sendo superestimada, mas os dados mais recentes sugerem um cenário de resiliência.

A economia americana demonstrou notável capacidade de adaptação, especialmente após um período de aumentos nas taxas de juros que totalizaram 5,25 pontos percentuais em 2022 e 2023. Essas medidas, implementadas pelo Federal Reserve para controlar a inflação, pareciam ameaçar o crescimento, mas a realidade foi diferente. O PIB cresceu 3,0% no segundo trimestre, e a expectativa de um crescimento saudável no terceiro trimestre confirma essa tendência.

Os dados sobre inflação também são encorajadores. O índice de preços PCE, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, aumentou apenas 2,2% no terceiro trimestre, uma desaceleração em relação ao crescimento de 2,8% no segundo trimestre. Essa redução sugere que a inflação está se aproximando da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve.

Com a inflação sob controle, o Fed iniciou um ciclo de afrouxamento monetário. Em um movimento significativo, o banco central reduziu a taxa de juros em 0,5 ponto percentual, agora situada na faixa de 4,75% a 5,00%. Este é o primeiro corte nas taxas de juros desde 2020, e é um sinal de que o Fed está reagindo às condições econômicas com cautela, buscando manter o crescimento sustentável.