O Ibovespa encerrou a semana com uma alta significativa de 1,74%, fechando a 129.125,51 pontos, após uma recuperação de 2.203,40 pontos. Este movimento positivo surge após quatro semanas consecutivas de queda, com investidores voltando a apostar no mercado brasileiro. O dólar comercial teve uma leve alta de 0,05%, fechando a R$ 5,81, enquanto os juros futuros (DIs) também apresentaram um aumento em toda a curva. O mercado demonstrou otimismo em meio a importantes anúncios, especialmente da Petrobras, e pela expectativa de medidas fiscais que o governo brasileiro pretende divulgar nos próximos dias.

Petrobras impulsiona alta do Ibovespa com anúncio de plano estratégico e dividendos extraordinários

Um dos maiores destaques do dia foi a Petrobras, que registrou uma valorização de 3,98%. O principal fator para esse movimento foi o anúncio do novo plano de negócios da petroleira para o período de 2025 a 2029, com um foco no aumento da distribuição de dividendos. A Petrobras divulgou que irá pagar dividendos extraordinários no valor de R$ 20 bilhões, ou aproximadamente US$ 3,5 bilhões, aos seus acionistas. Esta decisão reflete a intenção da empresa de não acumular recursos excessivos, agradando ao mercado, que tem pressa de ver a empresa de volta aos trilhos após anos de instabilidade.

A Petrobras também confirmou que os novos investimentos e o foco em sua estratégia de longo prazo devem reforçar a sua posição de liderança no setor. Esse tipo de anúncio tende a fortalecer a confiança dos investidores e impulsionar o Ibovespa, como foi visto nesta sexta-feira.

Expectativa de pacote fiscal e novo bloqueio no orçamento de 2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o governo brasileiro deve divulgar um pacote fiscal de corte de gastos entre segunda e terça-feira (26). Esse anúncio gerou uma reação positiva no mercado, já que os investidores aguardam ansiosamente por ações concretas para controlar as contas públicas e garantir a manutenção da estabilidade fiscal.

Além disso, Haddad anunciou que o governo implementará um novo bloqueio no Orçamento de 2024, estimado em cerca de R$ 5 bilhões. O pacote, que ainda está sendo finalizado, visa garantir a execução das políticas fiscais do governo e o cumprimento das metas de déficit primário. Esse tipo de medida é visto com cautela pelos analistas, pois pode indicar uma tentativa do governo de aumentar a disciplina fiscal.

O cenário fiscal será um dos principais fatores de influência para os próximos movimentos no mercado financeiro. Com isso, o governo brasileiro terá que balancear suas medidas de austeridade com o impacto que elas podem ter na economia real, principalmente no setor de consumo e na criação de empregos.

Setores em alta: varejo, JBS e Bancos

Diversos setores mostraram desempenho positivo no fechamento desta semana. As ações do varejo, por exemplo, se destacaram com as Lojas Renner (LREN3) e Magazine Luiza (MGLU3) registrando altas de 3,00% e 3,06%, respectivamente. O setor parece estar se beneficiando da recuperação econômica gradual e do aumento do consumo, que tem se mostrado mais robusto nos últimos meses.

A JBS (JBSS3) também teve um bom desempenho, com alta de 2,86%. A gigante do setor de alimentos anunciou um investimento bilionário na Nigéria, o que é visto como um movimento estratégico para expandir seus negócios em mercados emergentes. Além disso, os bancos, como Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4), também fecharam o dia em alta, acompanhando a tendência geral de recuperação do mercado.

Maiores altas do Ibovespa hoje (22)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
BRAV3+7.44%R$ 19,34
RAIZ4+7.00%R$ 2,60
CSAN3+6.10%R$ 11,13
BRKM5+5.99%R$ 15,21
CVCB3+5.42%R$ 2,53

Maiores quedas do Ibovespa hoje (22)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
VAMO3-0.65%R$ 6,10
TOTS3-0.33%R$ 29,82
SUZB3-0.15%R$ 60,70
ARZZ3-0.08%R$ 48,65

Cenário internacional: Wall Street e setores cíclicos

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street também tiveram uma semana positiva, com o Dow Jones subindo 0,97%, o S&P 500 avançando 0,35% e o Nasdaq tendo um aumento de 0,16%. A mudança de foco dos investidores nas últimas semanas para setores cíclicos e ações de menor capitalização tem ajudado a impulsionar o mercado. Esses setores são frequentemente mais sensíveis ao ciclo econômico, o que pode ser um indicativo de que os investidores estão mais confiantes em uma recuperação econômica.

Essa mudança de foco também se refletiu nas ações de consumo e nas de empresas mais expostas ao ciclo econômico, como o setor de energia e materiais básicos, o que tem beneficiado a performance de empresas como a Petrobras, que se beneficiam de preços mais altos do petróleo e de uma recuperação no crescimento global.

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa129.126+2.203+1,74%
🇧🇷 USD/BRL5,8010-0,0132-0,23%
🇺🇸 S&P 5005.969,34+20,63+0,35%

Perspectivas para a próxima semana

A próxima semana promete ser movimentada para o mercado financeiro, com a divulgação de diversos indicadores econômicos cruciais. O IPCA-15 de novembro e os dados de emprego no Brasil devem trazer mais clareza sobre a evolução da inflação e da atividade econômica. Nos Estados Unidos, o mercado acompanhará com atenção a ata da última reunião do Federal Reserve, que pode trazer pistas sobre a política monetária futura. Além disso, o PIB dos EUA também será um dado importante para os investidores, pois pode indicar a direção do crescimento econômico do país.

Análise de juros futuros

Em relação aos juros futuros, as taxas de vencimentos mais longos tiveram uma alta significativa, com destaque para o DI1F26 (+0,065 pp) e o DI1F33 (+0,020 pp). A expectativa de mais cortes fiscais e o cenário de juros elevados no Brasil têm levado os investidores a ajustar suas projeções para o futuro. As taxas de juros mais longas, portanto, refletem o temor de que a recuperação da economia brasileira seja mais lenta do que o esperado.

O cenário fiscal, portanto, será um dos principais determinantes para o movimento do mercado na próxima semana. A chave para o sucesso do governo será equilibrar a necessidade de cortes com a preservação do crescimento econômico e da geração de empregos.