As ações europeias encerraram a sessão desta segunda-feira em território negativo, com o índice pan-europeu STOXX 600 registrando uma queda de 0,66%, a 521,52 pontos. A desvalorização foi impulsionada principalmente pelo setor imobiliário, que liderou as perdas com uma queda próxima a 2%. No entanto, o setor de energia apresentou um desempenho positivo, beneficiado pela estabilização dos preços do petróleo, após uma significativa queda de 7% na semana anterior. Este cenário sinaliza uma cautela do mercado à espera de uma série de balanços corporativos que podem impactar a economia europeia.

Os investidores estão particularmente atentos à divulgação de resultados financeiros importantes nesta semana, que inclui grandes instituições como o Deutsche Bank, Lloyds e Barclays. A expectativa é de que esses balanços revelem as condições financeiras do setor, especialmente em um momento em que as perdas com empréstimos estão em foco. Segundo Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell, os mercados estarão de olho nas potenciais perdas que os bancos dos EUA enfrentaram, o que pode influenciar o comportamento do setor financeiro europeu.

Além disso, a gigante de software SAP, que representa 15% do índice DAX, está programada para divulgar seu balanço do terceiro trimestre. O desempenho da empresa pode influenciar significativamente as ações de tecnologia na região, tornando-se um ponto focal para os investidores que buscam sinais de recuperação ou continuidade de desafios no setor.

A estabilidade dos preços do petróleo tem sido um fator crucial para o setor de energia, que se beneficiou após a recente volatilidade. Em declarações feitas nesta segunda-feira, Gediminas Simkus, presidente do banco central da Lituânia, comentou sobre as possíveis ações do Banco Central Europeu (BCE). Ele sugeriu que o BCE pode precisar considerar a redução das taxas de juros para abaixo do nível “natural” se a queda da inflação se consolidar. Essa posição pode gerar um impacto significativo nas expectativas do mercado, pois uma política monetária mais acomodatícia poderia estimular a economia europeia em um momento de incertezas.

Outro fator que chama a atenção dos investidores é o clima político nos Estados Unidos, com pesquisas indicando uma chance crescente de que o ex-presidente Donald Trump vença as eleições de 5 de novembro. Tal resultado seria considerado um golpe para a economia europeia, uma vez que poderia alterar as relações comerciais e políticas entre as duas regiões. Os investidores estão monitorando esses desenvolvimentos, pois qualquer mudança nas políticas econômicas dos EUA pode reverberar na economia global, incluindo a Europa.

Além do desempenho do STOXX 600, os principais índices das bolsas europeias também registraram quedas. Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,48%, a 8.318,24 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 1,00%, atingindo 19.461,19 pontos. O CAC 40 em Paris perdeu 1,01%, fechando em 7.536,23 pontos, enquanto o Ftse/Mib de Milão teve uma desvalorização de 0,71%, a 34.955,95 pontos. Em Madri, o Ibex-35 registrou uma queda de 0,71%, a 11.841,10 pontos, e o PSI20 em Lisboa desvalorizou-se em 0,67%, a 6.628,91 pontos.