Horário de verão: retorno sob condição de risco energético
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o retorno do horário de verão em 2024 dependerá de uma análise técnica sobre o risco energético no Brasil.

O horário de verão só poderá voltar em 2024 se houver risco energético no Brasil, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A decisão será tomada na próxima semana, e a implementação poderá ocorrer em um período crucial que vai de outubro a dezembro, se as análises técnicas confirmarem a necessidade de adoção da medida.
Durante uma conversa com jornalistas em Roma, o ministro Silveira destacou que a prioridade do governo é garantir a segurança energética do país. “Se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão”, afirmou, enfatizando a gravidade da situação.
A medida é avaliada com base na atual crise hídrica que o Brasil enfrenta, que afeta diretamente a capacidade de geração de energia. As fontes hidrelétricas, que representam uma parte significativa da matriz energética nacional, estão sob pressão devido à seca, e a necessidade de otimizar o consumo de energia se torna premente.
A decisão final sobre a volta do horário de verão será anunciada na próxima semana, permitindo que o Brasil aproveite uma “janela ótima” para a implementação da política. Caso o governo opte pela adoção do horário de verão, o ministro alerta que será necessário um prazo mínimo de 20 dias para que setores essenciais, como o aéreo e a segurança pública, se preparem para a mudança. Isso é crucial, pois o horário de verão pode impactar diretamente a programação de voos e as operações de segurança.
A volta do horário de verão é uma medida estratégica para aumentar a eficiência energética em momentos de crise. Com as noites mais longas devido à redução da luz natural, a alteração no horário busca reduzir a demanda por energia, especialmente em horários de pico. Se o cenário de seca persistir e houver risco à oferta de energia, o governo terá que agir rapidamente para implementar o horário de verão.
Além disso, Silveira ressaltou que a decisão não se limita apenas à questão energética. Caso não se identifique risco imediato, o governo irá ponderar o custo-benefício da volta do horário de verão, considerando os impactos em outros setores. Isso inclui avaliar o ônus que a medida pode causar ao setor aéreo, que já enfrenta desafios em relação às conexões internacionais.
Em suas declarações, Silveira também mencionou que a decisão será tomada com base em análises técnicas, mas que é importante considerar a sensibilidade política e social da questão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia comentado sobre a responsabilidade do Ministério de Minas e Energia em conduzir essa decisão, que envolve não apenas aspectos técnicos, mas também a percepção da população sobre a mudança no horário.