A XP Investimentos reforçou sua visão positiva e recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), mantendo um preço-alvo de R$ 36,50. Isso ocorre apesar do aumento das preocupações dos investidores sobre os possíveis impactos negativos nos resultados financeiros do banco devido à deterioração das condições do agronegócio.

Embora reconheça essas preocupações, a XP acredita que o banco está relativamente bem protegido, dada a dimensão, a diversificação e a qualidade de sua carteira de agronegócios.

No final de 2023, o Banco do Brasil possuía uma carteira agrícola de mais de R$ 300 bilhões. Mesmo que esse segmento represente aproximadamente 30% da carteira total do banco, a diversificação em termos de culturas, tamanho do cliente e localização geográfica é significativa. Os analistas destacam que essa diversificação reduz a exposição do banco a riscos específicos de clientes, locais ou culturas.

Portanto, a XP Investimentos considera que o Banco do Brasil está mais protegido em relação aos desafios do agronegócio, o que sustenta sua recomendação de compra e o preço-alvo estabelecido.

Taxas de inadimplência mais baixas

A XP também observa que a carteira rural do Banco do Brasil tem apresentado taxas de inadimplência mais baixas do que as de outras instituições financeiras. Isso é atribuído à significativa penetração de seguros, à alta proporção de linhas de crédito com garantias e ao uso de recursos de equitização, que exigem uma melhor pontuação de crédito por parte dos tomadores.

Além disso, o Banco do Brasil foi concebido, entre outros propósitos, para ser o “banco da agricultura”, o que resultou em um desenvolvimento de expertise na originação de crédito para esse segmento. Isso permite que o banco mantenha uma taxa de inadimplência significativamente inferior à média do setor, com cerca de 90% de suas operações possuindo rating AA ou A (em dezembro de 2023).

Para os analistas, considerando um portfólio diversificado em termos de culturas e localizações geográficas, o risco de uma deterioração esperada na situação de crédito dos produtores de grãos não é relevante e pode até representar uma oportunidade para o Banco do Brasil.

O relatório destaca que as margens estão retornando aos níveis históricos, indicando que os agricultores devem retomar os investimentos assim que venderem os estoques atuais e a perspectiva de demanda melhorar.