Banco do Brasil (BBAS3): resultados do 3T24 mostram piora na qualidade do lucro
O Banco do Brasil (BBAS3) enfrentou um aumento nas provisões e deterioração no agronegócio no 3T24.

O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou os resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24), que revelaram uma piora significativa na qualidade de seus ativos e um aumento expressivo nas provisões para perdas com empréstimos, especialmente no setor agrícola. Apesar do lucro ajustado de aproximadamente R$ 9,5 bilhões, o banco viu suas ações caírem mais de 3% logo após a divulgação dos números, refletindo preocupações dos analistas quanto aos impactos das provisões elevadas e a deterioração do portfólio de crédito. Neste artigo, vamos detalhar os principais pontos do relatório financeiro do BBAS3, analisando as causas do desempenho abaixo das expectativas e as reações do mercado.
Piora na qualidade do lucro e aumento nas provisões
Os resultados do Banco do Brasil para o 3T24 mostraram um aumento substancial nas provisões para perdas com empréstimos, que cresceram 29,2% em comparação com o trimestre anterior e 34,2% em relação ao mesmo período de 2023. Esse aumento nas provisões foi fortemente impulsionado pelo setor de agronegócios, que, como destacado pelo banco, enfrentou uma deterioração mais rápida da qualidade de seus ativos do que o esperado. O aumento nas provisões gerou um impacto direto no lucro do banco, com a necessidade de revisar para cima o guidance anual de provisões, que agora varia entre R$ 34 bilhões e R$ 37 bilhões, contra uma projeção anterior de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões.
Esse cenário impactou diretamente a percepção do mercado sobre a saúde financeira do banco, com as ações do BBAS3 caindo 3,78% logo após a divulgação dos números, sendo cotadas a R$ 24,97 às 10h30 (horário de Brasília).
O segmento agrícola e seus efeitos
O agronegócio, um dos pilares do portfólio de crédito do Banco do Brasil, foi o principal responsável pela piora nos resultados. A inadimplência no setor agrícola aumentou, forçando o banco a aumentar significativamente as provisões. O Banco do Brasil já havia alertado que a deterioração no agronegócio poderia impactar os resultados do 3T24, mas o aumento inesperado nas provisões e a qualidade dos ativos abaixo do esperado surpreenderam os analistas. Essa situação pesou negativamente nas expectativas para os próximos trimestres, apesar de o banco ainda ter conseguido manter um lucro ajustado em linha com as previsões de mercado.
Revisão do Guidance e impacto nas expectativas do mercado
Além do aumento nas provisões, o Banco do Brasil também revisou seu guidance para provisões de créditos de liquidação duvidosa (PCLD), prevendo agora um montante total entre R$ 34 bilhões e R$ 37 bilhões para 2024. A revisão da projeção reflete um cenário mais desafiador, principalmente no segmento de agronegócios, que continua a ser um dos principais motores do banco. A previsão anterior, que situava as provisões entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões, não era mais compatível com a realidade do aumento das inadimplências no setor agrícola.
Esse ajuste nas expectativas gerou um impacto negativo nas ações do banco, que caíram 3,78%, sinalizando que o mercado não estava totalmente preparado para uma piora tão acentuada no custo do risco.