Disputa societária na Gafisa, novo aumento de capital e conflitos internos
Em meio a uma acirrada disputa societária, a Gafisa (GFSA3) viu-se envolta em controvérsia com a recente aprovação de um aumento de capital pelo seu conselho de administração. Este movimento, que pode movimentar até R$ 550 milhões, ocorre em um momento delicado para a empresa, que enfrenta turbulências internas e desafios externos. A operação, que […]

Em meio a uma acirrada disputa societária, a Gafisa (GFSA3) viu-se envolta em controvérsia com a recente aprovação de um aumento de capital pelo seu conselho de administração. Este movimento, que pode movimentar até R$ 550 milhões, ocorre em um momento delicado para a empresa, que enfrenta turbulências internas e desafios externos.
A operação, que pode levar à diluição de até 50% da participação dos acionistas que optarem por não investir na companhia, acontece enquanto a Gafisa atravessa um período de incertezas, após a saída do seu diretor financeiro na semana passada.
A decisão de fixar o preço das ações no novo aumento de capital em R$ 7,86 representa um desconto de 10% sobre a média ponderada do preço dos últimos 30 pregões, buscando atrair investidores em um contexto de volatilidade no mercado.
Porém, essa movimentação não ocorre em um vácuo. A gestora Esh Capital, conhecida pelo seu ativismo, convocou uma assembleia de acionistas para discutir uma série de propostas, incluindo a destituição do atual conselho de administração e a eleição de novos membros.
A Esh Capital defende que o empresário Nelson Tanure, que detém uma fatia significativa da Gafisa, deveria lançar uma oferta pública de aquisição após ultrapassar os 30% de participação direta e indireta na empresa, conforme previsto no estatuto da companhia. A gestora argumenta que Tanure possui atualmente uma participação de mais de 40%, embora essa seja contestada por instituições financeiras supostamente envolvidas.
Essa contenda entre acionistas adiciona mais tensão ao cenário já tumultuado da Gafisa. A empresa busca fortalecer sua estrutura de capital e ajustar seu perfil de dívidas para enfrentar as necessidades de capital de giro e custeio, além de possíveis aquisições futuras.
A disputa societária e os desafios enfrentados pela Gafisa refletem-se diretamente no mercado de ações. O anúncio do aumento de capital contribuiu para uma queda de 6,12% nas ações da empresa na B3, evidenciando a preocupação dos investidores com a situação da incorporadora.
Diante desse cenário, a assembleia de acionistas convocada pela Esh Capital para o próximo dia 18 de março promete ser um ponto crucial na trajetória da Gafisa. Os desdobramentos dessa reunião podem influenciar significativamente o futuro da empresa e sua relação com os diversos stakeholders envolvidos.