Nova variante da gripe na China preocupa cientistas; veja o que se sabe sobre o influenza D
Nova variante da gripe, o influenza D, identificada na China, pode se transmitir entre humanos e é monitorada por cientistas.

Pesquisadores na China identificaram uma nova variante do vírus da gripe, conhecida como influenza D (IDV), que tem gerado preocupação internacional por seu potencial de transmissão entre humanos. O vírus, que até então era considerado restrito a animais como bovinos, pode representar um risco silencioso à saúde pública.
Estudo aponta alta exposição ao vírus
O levantamento foi conduzido por Hongbo Bao e sua equipe no Instituto de Pesquisa Veterinária de Changchun. Segundo os pesquisadores, análises de amostras humanas indicaram níveis de exposição elevados: 74% das pessoas testadas apresentaram sinais de contato com o IDV, enquanto entre pacientes com sintomas respiratórios o índice subiu para 97%.
Do gado ao ser humano
O influenza D foi descoberto em 2011, em um porco nos Estados Unidos, e até então era associado principalmente a animais de criação. Pesquisas recentes, no entanto, mostram que o vírus consegue replicar-se em células humanas e pode ser transmitido tanto por contato direto com animais infectados quanto possivelmente pelo ar. Além de bovinos, o vírus já foi identificado em cabras, ovelhas, cavalos, camelos e cães em diferentes continentes.
Transmissão e resistência a medicamentos
Experimentos realizados com furões, modelo frequentemente usado para estudar a gripe humana, demonstraram que o IDV pode transmitir-se pelo ar entre indivíduos sem contato direto. Testes com antivirais tradicionais mostraram eficácia limitada, enquanto drogas mais recentes, como o baloxavir, apresentaram resultados promissores, embora ainda sejam preliminares.
Alcance da exposição e monitoramento
Entre 2020 e 2024, cientistas analisaram 612 amostras de sangue humanas e identificaram que quase três quartos dos voluntários possuíam anticorpos contra o vírus, indicando exposição generalizada. Apesar disso, o influenza D ainda não é considerado uma ameaça pandêmica e a OMS não emitiu alertas oficiais.
Especialistas reforçam que, mesmo sem causar sintomas graves, o vírus pode evoluir silenciosamente, dificultando seu rastreamento e controle. Centros de vigilância ao redor do mundo já acompanham a cepa como medida preventiva.
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