Saúde anuncia R$ 9,8 bilhões para adaptar o SUS às mudanças climáticas
O Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 9,8 bilhões para adaptar o SUS às mudanças climáticas, incluindo construção de UBS, UPAs e hospitais resilientes.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 9,8 bilhões para adaptar o SUS às mudanças climáticas, voltado à construção de unidades de saúde resilientes e à aquisição de equipamentos capazes de enfrentar eventos climáticos extremos. O anúncio foi feito durante o 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão) e integra o plano AdaptaSUS, apresentado na COP30, em Belém, com o objetivo de fortalecer a capacidade do sistema público diante das alterações climáticas.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a crise climática representa um problema global de saúde pública, e a adaptação da rede é essencial para garantir atendimento contínuo à população. Dados internacionais apontam que, em média, 1 em cada 12 hospitais no mundo suspende suas atividades por conta de eventos climáticos extremos, reforçando a necessidade de investir em estruturas resilientes.
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Como parte do AdaptaSUS, o ministério lançou o Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes, documento que orienta a construção e a adaptação de UBS, UPAs e hospitais, de forma a resistir a enchentes, tempestades e outros fenômenos climáticos. O guia estabelece padrões para garantir autonomia em energia e água, inteligência predial, segurança e reforço estrutural das unidades.
O material também foi incorporado ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saúde), que financia projetos de infraestrutura hospitalar e melhoria de atendimento, integrando medidas de resiliência climática ao planejamento de novas unidades de saúde. O objetivo é criar uma rede capaz de operar mesmo diante de situações extremas, garantindo atendimento contínuo à população.
Grupo técnico define diretrizes de resiliência
Para operacionalizar as recomendações do guia, foi formado um grupo técnico especializado, composto por representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz, da Anvisa, da Opas e de conselhos de saúde. O grupo é responsável por detalhar as diretrizes, definindo critérios de construção e adaptação de unidades, e garantindo que os projetos respeitem padrões de segurança e eficiência energética.
O investimento previsto de R$ 9,8 bilhões inclui a construção de novas unidades básicas e hospitais, além da modernização de equipamentos e sistemas já existentes, tornando-os mais resistentes às mudanças climáticas e preparados para eventos extremos.
Inaep: modernização da ética em pesquisas
Durante o Abrascão, o ministério também apresentou a criação da Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep), com o objetivo de modernizar o sistema brasileiro de avaliação ética em estudos com seres humanos. A nova estrutura agiliza análises, reduz duplicidades, define critérios de risco e regula biobancos.
De acordo com a pasta, a Inaep aproxima o Brasil das melhores práticas internacionais, ampliando a participação do país em pesquisas clínicas globais e garantindo segurança e ética na condução de estudos científicos.
Por que a adaptação do SUS é urgente
Especialistas destacam que o impacto das mudanças climáticas na saúde vai além de desastres naturais, afetando doenças respiratórias, transmissíveis e condições crônicas. A adaptação do SUS é, portanto, uma medida estratégica para reduzir riscos à população, melhorar a gestão hospitalar e fortalecer a infraestrutura em todas as regiões do país.
O investimento anunciado nesta semana reforça a prioridade do governo em garantir saúde pública resiliente, alinhando o Brasil aos compromissos internacionais de sustentabilidade e preparação para os efeitos das alterações climáticas. Além disso, o fortalecimento da ética em pesquisas com a Inaep contribui para a inovação científica de forma segura e transparente.
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