O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (12) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,83% em fevereiro, após subir 0,42% em janeiro. Vale lembrar que o IPCA é o indicador oficial de inflação no Brasil.

No acumulado anual, o índice registra um aumento de 1,25%, e nos últimos 12 meses, de 4,50%. Em fevereiro de 2023, a variação tinha sido de 0,84%.

Esses números superaram as expectativas, uma vez que a previsão dos analistas do LSEG era de uma inflação de 0,78% em termos mensais e de 4,44% em 12 meses.

Setor da educação influencia alta no IPCA

Do total de nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em fevereiro. No entanto, a inflação foi motivada, principalmente, pelo aumento de 4,98% no grupo Educação. Além disso, esses preços também desempenharam o maior impacto sobre o índice do mês (0,29 ponto percentual).

Em nota, o gerente de pesquisa André Almeida explicou que a maior contribuição nesse grupo veio dos cursos regulares, com um aumento de 6,13%. Segundo ele, “isso ocorreu devido aos reajustes habituais praticados no início do ano letivo”. 

Os maiores aumentos nos preços foram observados no ensino médio, ensino fundamental, pré-escola e creche. Também houve aumento nos preços do curso técnico, ensino superior e pós-graduação.

Grupo alimentício

No grupo Alimentação e Bebidas, os preços aumentaram 0,95% em fevereiro, impactando 0,20 ponto percentual no IPCA do mês.

Em relação à alimentação no domicílio, os preços subiram 1,12%, influenciados pelos aumentos de preços da cebola, batata-inglesa, frutas, arroz e leite longa vida. André justifica que “neste caso, houve influência do clima, por conta de temperaturas mais elevadas e um maior volume de chuvas”, diz. 

Já a alimentação fora do domicílio teve um aumento de 0,49% em fevereiro, avançando em relação a janeiro, quando registrou inflação de 0,25%.

Da mesma maneira, o subitem refeição também apresentou alta, acelerando 0,67% em fevereiro contra 0,17% em janeiro. O lanche fechou em 0,25%, desacelerando 0,32% em relação ao mês anterior.

Grupo transporte

A inflação de fevereiro também foi acelerada pelo grupo Transportes, apresentando um aumento de 0,72% e efeito de 0,15 p.p. no total do IPCA. Além disso, as passagens áreas representaram o maior impacto negativo (-0,09 p.p.) de todo o índice, com queda de 10,71%.

No entanto, todos os combustíveis pesquisados tiveram alta: etanol (4,52%), gás veicular (0,22%), óleo diesel (0,14%) e, especialmente, a gasolina (2,93%).

Ainda em Transportes, também foi possível observar um aumento no subitem táxi (0,64%) e ônibus urbano (1,91%).

Grupo habitação

Na Habitação (0,27%), os destaques foram o aumento da taxa de água e esgoto (0,11%) e a queda no gás encanado (-1,40%). No âmbito da Comunicação, que teve inflação de 1,56%, o resultado foi influenciado pelas altas na TV por assinatura e no combo de telefonia, internet e TV por assinatura.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,81% em fevereiro, também apresentando um resultado acima do registrado no mês anterior (0,57%). No acumulado do ano, o INPC acumula um aumento de 1,38%, e nos últimos 12 meses, de 3,86%, acima do que foi visto nos 12 meses anteriores.

Através dessa leitura, os produtos alimentícios variaram 0,95%, enquanto os não alimentícios apresentaram 0,77%. Logo, foi observado que todas as áreas registraram alta.

A maior variação ficou em em Aracaju (1,01%), puxada pela alta da gasolina (10,45%), e a menor em Goiânia, motivada pelas quedas da passagem aérea (-23,75%) e das carnes (-1,40).