G20: o que é e qual o objetivo deste grupo econômico internacional?
Entenda como esse grupo econômico busca promover discussões capazes de impactar decisões políticas internacionais.

Você já se perguntou sobre as principais organizações governamentais que discutem a economia global? Nesse caso, certamente já ouviu falar do G20. Em um mundo globalizado, o que acontece na economia de um país pode refletir em outras regiões.
Dessa forma, esse grupo econômico busca promover discussões capazes de impactar decisões políticas internacionais. A última reunião aconteceu no Rio de Janeiro, sendo a primeira com Lula como presidente. Quer se aprofundar nos objetivos e projetos do G20? Continue lendo e saiba mais!
O que é o G20?
O G20 é um grupo formado pelas maiores economias do mundo, que se reúnem a cada ano para discutir questões econômicas e financeiras internacionais, entre outras questões.
As reuniões do G20 são realizadas desde 1999 e têm entre os objetivos o de promover o crescimento econômico no mundo.
O grupo se tornou um importante fórum de discussão em questões como comércio internacional, finanças, energia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Vale destacar que as decisões tomadas pelo G20 podem ter impacto na economia global. Afinal, as nações membros representam mais de 80% do PIB mundial e quase dois terços da população do planeta.
Logo, o grupo busca promover a cooperação internacional e o diálogo entre os países. Por exemplo, há coordenação de políticas econômicas e financeiras em momentos de crise, como foi o caso da crise financeira de 2008.
Quais países compõem o G20?
Em 2024, o G20 é composto por:
19 países-membros:
- África do Sul
- Alemanha
- Arábia Saudita
- Argentina
- Austrália
- Brasil
- Canadá
- China
- Coreia do Sul
- Estados Unidos
- França
- Índia
- Indonésia
- Itália
- Japão
- México
- Reino Unido
- Rússia
- Turquia
2 órgãos regionais:
- União Africana
- União Europeia
19 países convidados:
- Angola
- Bolívia
- Catar
- Chile
- Colômbia
- Egito
- Emirados Árabes Unidos
- Espanha
- Malásia
- Moçambique
- Nigéria
- Noruega
- Paraguai
- Portugal
- Santa Sé
- Singapura
- Tanzânia
- Uruguai
- Vietnã
Como o G20 surgiu?
O G20 surgiu em 1999 no contexto de crises financeiras em países asiáticos (1997) e em economias emergentes, mais especificamente do México (1994) e da Rússia (1998). O intuito era debater e buscar estabilidade financeira internacional.
No entanto, o primeiro encontro dos países com os respectivos chefes de Estado aconteceu apenas em 2008. Aliás, esse também foi um ano de crise mundial. Para contextualizar, em 2008 houve uma crise cujo motivo foi a quebra de bancos dos Estados Unidos que praticavam os créditos subprime.
Esses créditos eram de baixa qualidade e eram destinados a pessoas que não precisavam comprovar renda, por exemplo. Com isso, houve um número muito alto de inadimplentes e a derrocada do banco Lehman Brothers.
Em decorrência desses eventos, o mercado financeiro passou também por uma crise de confiança. Houve um efeito dominó de falências em âmbito global. Neste cenário, o G20 se consolidou como um ambiente de discussão da economia internacional.
Há outra questão importante também. No início havia maior preocupação com questões econômicas. Porém, com o passar dos anos foram incluídos outros temas na pauta, como desenvolvimento sustentável e meio ambiente.
Além disso, anteriormente apenas representantes como ministros de finanças e chefes de bancos centrais participavam. No entanto, depois de 2008 os chefes de Estado passaram a liderar as reuniões.
Como funciona o G20?
As reuniões do G20 são denominadas cúpulas. Elas acontecem todos os anos sob a liderança de um presidente rotativo, que exerce um cargo simbólico. Não se trata de uma organização internacional. Por conseguinte, não existe um secretariado permanente.
Vale lembrar que, embora a Cúpula de Líderes, com chefes de estado, seja anual, há outros encontros no decorrer do ano entre presidentes de bancos centrais e ministros de finanças, além de encontros de suplentes.
As decisões tomadas pelo grupo surgem a partir de deliberações entre os países integrantes. Por sua vez, elas são divulgadas em comunicados oficiais após as reuniões.
Existe a divisão em duas frentes, que são a de finanças e a Sherpas. A de finanças debate temas sobre o sistema financeiro mundial e a economia internacional. Já a Sherpas discute questões de comércio internacional e temas como mudanças climáticas e agricultura, entre outros.
Neste contexto, o G20 é um bloco com maior informalidade que as organizações internacionais. Como consequência, não há meios para obrigar os países a implementar o que foi acordado nos encontros.
Os encontros também contam com a participação de representantes internacionais de peso, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
Qual a diferença entre G20 comercial e financeiro?
O G20 também é denominado G20 Financeiro, que inclui tanto países desenvolvidos quanto emergentes. Por outro lado, o G20 Comercial é composto apenas pelos países emergentes. Estes últimos buscam defender seus interesses em relação a países com melhores condições econômicas.
Além disso, o G20 Comercial abrange o grupo que participa da Rodada de Doha, que discute, por exemplo, subsídios, redução de tarifas e créditos para exportação de produtos agrícolas.
Quais são os objetivos do G20?
Ao longo dos anos, o G20 deixou de abranger apenas temas da economia internacional e passou a adotar outras pautas na agenda dos encontros. Entre os objetivos, incluem-se:
- promover o crescimento econômico global e a estabilidade financeira;
- fortalecer a governança econômica global;
- abordar os desafios da globalização;
- promover o comércio internacional;
- combater a corrupção;
- promover a sustentabilidade ambiental e a energia limpa;
- fortalecer a cooperação internacional em questões de segurança;
- debater a migração e os deslocamentos forçados;
- estimular o investimento em infraestrutura e desenvolvimento;
- fortalecer a cooperação tributária internacional;
- promover a inclusão financeira e o acesso ao crédito.
Muitas vezes, os objetivos e temas se tornam conflitantes entre países desenvolvidos e emergentes. Assim, como o G20 é composto por países que podem ter prioridades diferentes, nem sempre é possível chegar a um consenso sobre todas as questões discutidas.
Significa, portanto, que algumas decisões podem ser adiadas ou não implementadas devido a diferenças de opinião entre os membros.
Principais temas discutidos na reunião do G20 em 2024
Os assuntos prioritários estabelecidos pelo governo brasileiro para o G20 em 2024 são combate à fome, pobreza e desigualdade, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.
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A atuação do Brasil e de Lula no G20
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou a luta contra a fome e a pobreza como prioridade global durante a abertura da Cúpula do G20, realizada no Museu de Arte do Rio de Janeiro. Na presença de líderes mundiais como Joe Biden (EUA), Olaf Scholz (Alemanha), Xi Jinping (China) e Emmanuel Macron (França), Lula lançou oficialmente a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
Ele ressaltou que, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), 733 milhões de pessoas enfrentam fome no mundo, mesmo em um cenário de produção anual de 6 bilhões de toneladas de alimentos e gastos militares que somam 2,4 trilhões de dólares.
Em seu discurso, Lula classificou a fome como um reflexo de problemas sociais e decisões políticas, reforçando que cabe às lideranças mundiais presentes no G20 a responsabilidade de acabar com essa desigualdade, definindo isso como “o maior legado” possível para a humanidade.
Resumindo
O que é o G20 é que países fazem parte?
G20 é um fórum de cooperação econômica internacional que reúne países desenvolvidos, emergentes, além de blocos como a União Europeia e a União Africana. O G20 foi criado em 1999 como resposta às crises financeiras que ocorreram no final da década de 1990.
Os integrantes do G20 são: Canadá, França, Austrália, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, China, México, Brasil, Turquia, Argentina, Japão, Coreia do Sul, Índia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Indonésia, União Europeia e União Africana.
Qual a posição do Brasil no G20?
Segundo dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil ocupa o quinto lugar entre os PIBs (Produto Interno Bruto) que mais cresceram no segundo trimestre de 2023, na comparação com outros países do G20.
Por que o G20 foi criado?
O G20 foi criado em 1999, em resposta à crise financeira asiática da década de 1990. O objetivo era reunir os principais países desenvolvidos e emergentes para discutir questões econômicas globais e promover a cooperação internacional.
A ideia era criar um fórum no qual os líderes das maiores economias do mundo pudessem discutir desafios econômicos e financeiros em um ambiente mais inclusivo e representativo do que o G7, que até então era o principal grupo de países industrializados.