A recente valorização do preço do minério de ferro tem dado força para uma recuperação dos preços das ações da Vale (VALE3). Mesmo com as perdas desta semana, influenciadas pelas decisões globais de juros, que elevaram o sentimento de aversão ao risco, VALE3 sobe 4,1% em setembro e 8,2% no trimestre.

No pregão da última quinta-feira (21), os papéis, assim como o mercado como um todo, recuaram 2,61%, a R$ 67,50. Vale recua ainda com a sessão de queda do minério. Na Bolsa de Cingapura, a cotação da commodity caiu 3,4%, para US$ 117,70 a tonelada, e em Dalian cedeu 1,9%, a US$ 116,93.

Apesar de oscilarem nesta semana, os preços do minério de ferro saíram da faixa dos US$ 102 em agosto para US$ 123,50 na última sexta-feira (15), na Bolsa de Cingapura, o maior preço desde março deste ano. Recuperação se viu também em Dalian [veja os gráficos mais abaixo].

Com isso, o preço da ação da Vale (VALE3) saiu de sua mínima de 2023 – aos R$ 61 (em agosto) – para os R$ 71,20, no mesmo dia 15 de setembro. Ou seja, uma valorização superior a 16% em menos de 20 dias, impulsionada pela força do minério.

O que puxou a alta do minério e da Vale (VALE3)?

Por trás dessa recente alta está um conjunto de medidas macroeconômicas, anunciadas por autoridades chinesas, com foco na “expansão da demanda doméstica, aumento da confiança, da prevenção de riscos e esforços para atingir as metas anuais de desenvolvimento econômico”.

A consolidação da recuperação econômica, portanto, é foco para o país asiático. Nesse sentido, o governo se comprometeu a acelerar a adoção de mais medidas em busca da consolidação da recuperação da economia do país, reforçou, essa semana, a mídia estatal CCTV.

Dessa forma, nem mesmo a queda desta semana desanimou os analistas fundamentalistas em relação às ações da Vale. Para JP Morgan, a mineradora segue sendo a principal escolha do setor, sendo classificada como overweight (exposição acima da média).

Ajuda nessa perspectiva “a boa visão” do banco para a commodity. “Acreditamos que (VALE3) agora está barata, com um múltiplo EV/Ebitda de 3,7x em relação ao pico de 5,9x em fevereiro de 2023”, afirmou o JP, em relatório.

Para o BTG, a Vale também continua como a principal escolha para exposição ao minério de ferro. O banco aumentou as estimativas de Ebitda em 10-13% para 2023/24 e elevou o preço-alvo para R$ 96,00 a ação.