Magalu (MGLU3) planeja investir em Fintech após prejuízo no 2º trimestre de 2023
Depois de registrar mais um prejuízo, a varejista Magazine Luiza (MGLU3) informou que planeja criar uma instituição financeira para abrigar os ativos de crédito de sua fintech, que foi adquirida em 2020. O CEO da Fintech Magalu, Carlos Mauad, fez esse anúncio durante uma conferência por telefone sobre os resultados financeiros do segundo trimestre, nesta […]

Depois de registrar mais um prejuízo, a varejista Magazine Luiza (MGLU3) informou que planeja criar uma instituição financeira para abrigar os ativos de crédito de sua fintech, que foi adquirida em 2020. O CEO da Fintech Magalu, Carlos Mauad, fez esse anúncio durante uma conferência por telefone sobre os resultados financeiros do segundo trimestre, nesta terça-feira (15).
Segundo Mauad, o objetivo também é expandir as atividades desenvolvidas nos últimos três meses e oferecer instrumentos financeiros, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), associados à instituição financeira.
O executivo afirmou que a fintech está em um momento de aproveitar os ativos de crédito relacionados a contas digitais e tokenização de pagamentos para impulsionar o crescimento. Em março, a fintech estabeleceu uma parceria com o Mercado Bitcoin para oferecer serviços de compra e venda de criptomoedas em seu aplicativo.
Em 2020, o Magazine Luiza adquiriu a fintech de pagamentos Hub Prepaid, que agora é chamada de Fintech Magalu, por R$ 290 milhões, quando possuía 4 milhões de contas, ampliando assim a variedade de produtos financeiros oferecidos aos clientes de sua plataforma. A fintech oferece produtos financeiros por meio de contas digitais, além de cartões pré-pagos e outros ativos.
Prejuízo do 2º tri e ganho em participação de mercado
Na segunda-feira (14), a Magazine Luiza divulgou um prejuízo líquido ajustado de R$ 198,8 milhões durante o segundo trimestre, mostrando um aumento de 77,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este é o segundo pior resultado registrado pela empresa desde que abriu seu capital.
Já durante a teleconferência realizada nesta terça-feira, o CEO da empresa, Fred Trajano, enfatizou que a varejista possui perspectivas otimistas para os trimestres seguintes, devido ao ciclo de redução das taxas de juros, que possui uma forte correlação com o desempenho operacional do setor varejista.
Ele declarou: “Estamos confiantes de que a diminuição das taxas de juros, que deve se estender por vários trimestres, terá um impacto extremamente positivo não apenas nos resultados da empresa, mas também no número de lojas.”
Trajano também destacou o aumento da participação de mercado da empresa durante o segundo trimestre, tanto no ambiente online (7%) quanto nas lojas físicas (1 ponto percentual), e salientou que o foco da empresa, ou seja, o marketplace (modelo 3P), cresceu 4,2% durante o período, representando 70% das compras realizadas pelos clientes da empresa.
Taxação de importados quase não afeta Magalu, diz CEO
Em relação às alterações na regulamentação do comércio eletrônico entre países (cross-border), o CEO do Magalu destacou que a empresa está protegida dessas mudanças. Isso ocorre porque apenas 3% do valor bruto total de mercadorias (GMV) estariam sujeitos às novas regras de tributação para compras de até US$ 50 em produtos importados.
Trajano afirmou que não faz sentido que estrangeiros tenham uma vantagem competitiva, fazendo referência às regras anteriores que concediam isenção a concorrentes estrangeiros ao importar mercadorias para o comércio eletrônico.
No início do mês, entrou em vigor o plano Remessa Conforme. Esse plano envolve a participação voluntária de varejistas, incluindo as empresas asiáticas Shein, Shopee e Aliexpress, para coletar impostos antecipadamente no momento da compra. Anteriormente, esse imposto era cobrado quando as mercadorias chegavam ao país.
Em troca, essas varejistas ficarão isentas de taxas de importação, um imposto federal com uma taxa de 60% sobre compras de até US$ 50 (aproximadamente R$ 240) para pessoas físicas. No entanto, esse benefício não se estenderá ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), um imposto estadual com uma taxa padrão de 17%.