IPCA-15 sobe 0,20% em novembro com salto das passagens aéreas

IPCA-15 sobe 0,20% em novembro, acima das projeções; veja como o dado influencia o IPCA cheio, a economia e os investimentos.

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26 de nov, 2025 às 09:47

O IPCA-15 avançou 0,20% em novembro, ritmo ligeiramente acima do esperado pelo mercado. A prévia da inflação oficial, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (26), superou a mediana das projeções da Reuters, que apontavam alta de 0,18%. O dado reforça a leitura de que, apesar do quadro benigno ao longo do ano, alguns núcleos de preços seguem sensíveis, especialmente serviços ligados ao turismo.

As passagens aéreas dispararam 11,87% e se tornaram o item de maior impacto individual do mês, adicionando 0,08 ponto percentual ao índice. Com isso, o IPCA-15 acumulou 4,15% em 2025 e 4,50% nos últimos 12 meses, abaixo dos 4,94% registrados no período imediatamente anterior.

O grupo Despesas Pessoais liderou a pressão de novembro, com alta de 0,85% puxada por hospedagem e pacote turístico. Saúde e Cuidados Pessoais e Transportes apareceram logo depois, ambos com impacto de 0,04 p.p. Além do salto das passagens, os combustíveis recuaram 0,46%, graças às quedas de etanol, gasolina e diesel.

Após cinco meses seguidos de trégua, Alimentação e Bebidas avançou 0,09%, muito por causa das altas em batata inglesa, óleo de soja e carnes. Alimentos importantes no orçamento, como leite longa vida, arroz e frutas, aliviaram o movimento com quedas relevantes.

Relação do IPCA com a economia e investimentos

A leitura de novembro reafirma a mensagem de que a inflação brasileira segue dentro da banda de tolerância da meta, o IPCA cheio precisa encerrar o ano dentro do intervalo de 1,5 p.p. para mais ou para menos sobre o centro de 3%.

Mesmo com os ruídos causados por passagens aéreas e serviços sazonais, o comportamento dos itens mais sensíveis à política monetária indica desaceleração consistente ao longo de 2025.

Esse quadro afeta diretamente as expectativas para a política de juros. Uma prévia levemente acima do consenso não altera o cenário de alívio monetário gradual, mas reforça a percepção de que o Banco Central deve manter cautela antes de acelerar cortes. Para investidores, isso significa um ambiente em que:

  • Renda fixa segue atrativa no curto prazo, especialmente em pós-fixados que capturam a parte final do ciclo de juros;
  • Títulos IPCA+ continuam interessantes como proteção diante de eventuais repiques inflacionários;
  • Bolsa reage mais a fatores externos e ao fluxo, mas encontra suporte em expectativas de juro real ainda elevado, condição que valoriza empresas eficientes e com forte geração de caixa.

Com a prévia de novembro no radar, o mercado acompanha agora os dados do IPCA cheio e os próximos sinais do Copom para medir a velocidade da normalização monetária em 2026.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.

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