XP segue observando desconto para Vale (VALE3)
A Vale (VALE3), considerada uma “queridinha” pelos analistas, está sendo negociada com desconto em relação ao preço do minério de ferro, conforme destacado pela XP Investimentos em um relatório enviado aos clientes. A corretora definiu um preço-alvo de R$82 para a ação, indicando um potencial de alta de 24%, e recomendou a compra. Em contraste, […]

A Vale (VALE3), considerada uma “queridinha” pelos analistas, está sendo negociada com desconto em relação ao preço do minério de ferro, conforme destacado pela XP Investimentos em um relatório enviado aos clientes.
A corretora definiu um preço-alvo de R$82 para a ação, indicando um potencial de alta de 24%, e recomendou a compra. Em contraste, a CSN Mineração (CMIN3) está sendo negociada com um prêmio em relação aos preços das commodities.
Segundo o relatório assinado pelos analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, a XP avaliou que a VALE3 está precificando o minério de ferro em US$103 por tonelada, enquanto a CMIN3 está precificando em US$117 por tonelada.
Nesta quinta-feira (23), os contratos futuros do minério de ferro caíram, acompanhando um mercado mais fraco de metais básicos e preciosos. De manhã, o contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações com uma queda de 1,09%, a 906,5 iuanes (125,13 dólares) por tonelada. Já o minério de ferro de referência para junho, na Bolsa de Cingapura, foi negociado em baixa de 1,77%, a 119,45 dólares por tonelada.
Essa avaliação e movimento no mercado sugerem que, enquanto a Vale está sendo vista como uma oportunidade de compra devido ao desconto no preço do minério de ferro, a CSN Mineração pode estar supervalorizada com base nos preços atuais das commodities.
O que os analistas dizem sobre mineração e siderurgia?
O setor de mineração e siderurgia registrou um aumento de 2% na semana, com os estoques totais de minério de ferro na China mantendo-se estáveis, enquanto os estoques de aço diminuíram semana a semana. Este desempenho foi influenciado por uma série de fatores econômicos e de mercado.
Apesar dos estímulos recentes ao setor imobiliário chinês anunciados pelo governo, a demanda doméstica de aço permaneceu fraca. Os analistas observaram que, embora as exportações de aço tenham subido 29% ano a ano em 2024, a fraqueza na demanda interna continua a ser um ponto crítico.
O governo chinês implementou medidas para estabilizar o setor imobiliário, facilitando financiamentos extras e relaxando as regras de hipotecas e compras de apartamentos locais. Estas ações foram bem recebidas pelo mercado, pois sinalizam um possível aumento na demanda por minério de ferro, especialmente após a redução dos estoques de aço pós-feriado chinês.
No entanto, os analistas destacam que, apesar dessas medidas, o aumento das exportações de aço (com projeções de superar 100 milhões de toneladas este ano) está ocorrendo em um contexto de margens de lucro mais baixas para as siderúrgicas.
Este cenário é resultado de um mercado interno de aço superabastecido, o que tem pressionado negativamente os preços do aço na China, mesmo com uma produção sazonalmente maior e menores estoques.
Esses fatores apontam para um mercado de aço complexo, onde as políticas de estímulo e a dinâmica de oferta e demanda global estão moldando o cenário econômico e influenciando as estratégias das empresas no setor de mineração e siderurgia.