XP reduz projeção do Ibovespa para o fim do ano
A XP Investimentos (XPBR31) revisou para baixo sua projeção para o Ibovespa no fim do ano, ajustando de 149 mil para 145 mil pontos, refletindo um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento de maio, devido às taxas de juros mais altas. O valor justo do índice é calculado como uma média de […]
 XP reduz projeção do Ibovespa para o fim do ano
                                            XP reduz projeção do Ibovespa para o fim do ano
                                        
                    A XP Investimentos (XPBR31) revisou para baixo sua projeção para o Ibovespa no fim do ano, ajustando de 149 mil para 145 mil pontos, refletindo um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento de maio, devido às taxas de juros mais altas.
O valor justo do índice é calculado como uma média de quatro metodologias:
- 1. Modelo DCF (Fluxo de Caixa Descontado): Assume um WACC (Custo Médio Ponderado de Capital) de 11,9%.
- 2. Modelo de P/L (Preço sobre Lucro): Considera um múltiplo de 9,0 vezes, abaixo da média histórica de 11 vezes.
- 3. Modelo EV/Ebitda: Usa uma relação de 5,3 vezes, também abaixo da média histórica de 6,5 vezes.
- 4. Modelo Bottom-up: Baseia-se no preço-alvo estimado pelos analistas da XP para cada componente do índice. A XP continua enxergando as ações brasileiras como atrativas, com um P/L de 7,7 vezes, o que ainda sugere um potencial significativo de valorização.
Na sua carteira top 10 de ações, a XP retirou a Localiza (RENT3) devido à incerteza em relação à dinâmica de lucro futura. “O desempenho dos Seminovos ainda está pressionado no curto prazo, causado principalmente pela contínua queda nos preços dos carros usados, fator que ainda não deu sinais claros de reversão ou estabilização da tendência”, afirmou a XP. Em contrapartida, a Petrobras (PETR4) foi reintroduzida na carteira.
A XP reconhece que a estatal pode enfrentar ruídos e um fluxo intenso de notícias, além de incertezas sobre dividendos extraordinários, especialmente devido a possíveis atividades relacionadas a passivos fiscais contingentes e M&A (fusões e aquisições). “Entretanto, estamos confiantes de que os dividendos pagos de acordo com a fórmula mínima continuarão a oferecer rendimentos atraentes de 10-11%. Além disso, a recente reação adversa do mercado às mudanças na administração criou um ponto de entrada favorável, com os riscos associados agora parcialmente precificados”, destacou a equipe.
Os estrategistas da XP observaram que o Ibovespa terminou maio com uma queda de 3,0% em reais e 4,0% em dólares. No acumulado do ano, as ações brasileiras caíram 16% em dólares, colocando o mercado entre os mais fracos globalmente.
A corretora apontou que o cenário de taxas elevadas nos EUA continua impactando o Brasil, enquanto alguns riscos domésticos também permanecem: 1) riscos fiscais, 2) riscos de política monetária após a última reunião do Copom, e 3) aumento da interferência do governo em algumas empresas.
Apesar de notar uma melhora no cenário externo, com melhores dados econômicos nos EUA e uma recuperação na China, os ativos no Brasil continuam pressionados por riscos internos.
“Uma combinação de riscos fiscais, maior cautela na política monetária e maior interferência do governo em grandes empresas (como a Petrobras) continua pesando no sentimento”, avaliou a equipe, ressaltando que uma recente pesquisa com investidores institucionais mostrou que o sentimento em relação ao Brasil está no menor nível de todos os tempos.
Diante desse cenário, os estrategistas questionam se é o momento de contrariar o consenso ou não.
Pontos positivos
Como um ponto positivo, eles destacam a recuperação da China e os possíveis impactos positivos para o Brasil. Após serem consideradas “não-investíveis” por muitos investidores, as ações chinesas estão se recuperando. Em 2024, o MSCI China subiu 6,5%, posicionando-se entre os melhores índices globais.
“Embora um cenário mais favorável na China possa beneficiar o Brasil, com o aumento dos preços das commodities e a potencial atração de fluxos de capital para os mercados emergentes, os impactos no curto prazo podem não ser tão positivos. Isso porque o Brasil pode estar perdendo fluxos de investidores para outros mercados emergentes”, avaliam.
 
                             
                                             
                                     
                                 
                                     
                                 
                 
                 
                 
                 
                                     
                                 
                 
                 
                 
                 
                     
                                             
                                             
                                             
                                             
                     
                    