Vivara é condenada por discriminação nos processos de contratação e renúncia do CEO
A rede de joias Vivara (VIVA3) enfrenta uma condenação judicial , determinada pelo Tribunal do Trabalho de São Paulo, por sua conduta de discriminação nos processos de contratação. A sentença, que impôs uma indenização de R$ 10 mil à empresa, destaca a imposição de padrões discriminatórios de beleza, gênero e aparência durante as seleções de […]

A rede de joias Vivara (VIVA3) enfrenta uma condenação judicial , determinada pelo Tribunal do Trabalho de São Paulo, por sua conduta de discriminação nos processos de contratação. A sentença, que impôs uma indenização de R$ 10 mil à empresa, destaca a imposição de padrões discriminatórios de beleza, gênero e aparência durante as seleções de funcionários para suas lojas.
De acordo com os documentos apresentados durante o processo, o fundador da Vivara, Nelson Kaufman, estabelecia critérios discriminatórios relacionados à aparência das candidatas. Entre as diretrizes citadas para contratação, destacam-se a preferência por mulheres magras, de cabelos longos e lisos, sem tatuagens ou piercings, para funções de atendimento ao público. Essas exigências não apenas limitavam as oportunidades de emprego, mas também perpetuavam estereótipos prejudiciais.
Depoimento da analista de recrutamento e testemunha por discriminação na Vivara
A analista de recrutamento, autora da ação trabalhista que resultou na condenação da Vivara, relatou ter sido instruída a seguir esses padrões discriminatórios ao selecionar as contratadas. Além disso, uma testemunha corroborou as alegações, mencionando a transmissão verbal dos critérios discriminatórios dentro da empresa. Esses depoimentos evidenciam a prática discriminatória e revelam a necessidade urgente de mudanças na cultura organizacional da Vivara.
A juíza Yara Campos Souto, responsável pela sentença, enfatizou que a postura da Vivara objetificou o corpo feminino e impôs padrões de beleza discriminatórios. Embora a política de contratação aparentemente visasse beneficiar as mulheres, na prática revelou-se machista e discriminatória. Essa decisão judicial ressalta a importância de promover a igualdade de oportunidades e combater qualquer forma de discriminação no ambiente de trabalho.
Renúncia de Nelson Kaufman ao cargo de CEO da Vivara
Além da condenação, a Vivara enfrenta mudanças significativas em sua liderança. Nelson Kaufman, principal acionista da empresa, renunciou ao cargo de CEO apenas 10 dias após sua nomeação. Essa renúncia ocorre em meio a nomeações para o Conselho de Administração, indicando uma reestruturação interna da empresa.
Esses acontecimentos destacam a necessidade de uma reflexão profunda sobre as práticas de recrutamento e a cultura organizacional da Vivara. A empresa enfrenta desafios significativos para reconstruir sua reputação e promover um ambiente de trabalho inclusivo e igualitário.