Via (VIIA3) anuncia plano de reestruturação com fechamento de lojas e demissões
A Via (VIIA3), conglomerado responsável pelas marcas Casas Bahia e Ponto (anteriormente conhecido como Ponto Frio), revelou nesta quinta-feira (10) um ambicioso plano de reestruturação que envolve a iminente desativação de até 100 de suas lojas ainda este ano, bem como a demissão de cerca de 6 mil colaboradores. O anúncio surge no contexto da […]

A Via (VIIA3), conglomerado responsável pelas marcas Casas Bahia e Ponto (anteriormente conhecido como Ponto Frio), revelou nesta quinta-feira (10) um ambicioso plano de reestruturação que envolve a iminente desativação de até 100 de suas lojas ainda este ano, bem como a demissão de cerca de 6 mil colaboradores.
O anúncio surge no contexto da busca da empresa por eficiência e otimização de recursos. Em um esforço para alcançar uma economia substancial de até R$ 1 bilhão em estoques ao longo deste ano, a Via planeja uma revisão estratégica de suas operações de varejo.
Uma das mudanças cruciais envolve a realocação dos produtos de menor rentabilidade, principalmente os itens de menor valor, para sua plataforma online (marketplace), enquanto suas lojas físicas passarão a focar exclusivamente em itens que apresentam maior margem de lucro.
O presidente da Via, Renato Horta Franklin, destacou que a reconfiguração já está em andamento, com a expectativa de encerramento de atividades em um número estimado entre 50 a 100 lojas. “Essa reestruturação das 100 unidades resultará em uma liberação de estoque avaliada em R$ 200 milhões”, afirmou Franklin.
Essa transição estratégica marca uma fase de mudança na gestão da Via, que recentemente testemunhou uma reformulação na sua equipe de liderança durante o segundo trimestre deste ano. Renato Horta Franklin assumiu o cargo de presidente da empresa, trazendo consigo uma vasta experiência da indústria automotiva, proveniente da Movida.
Além disso, Elcio Mitsuhiro, com passagens pela Iochpe-Maxion, empresa de peças automotivas, e a gigante do setor alimentício BRF, assumiu a posição de diretor financeiro.
Franklin explicou que a empresa já havia investido significativamente em sua plataforma de vendas online, expansão de lojas e tecnologia financeira (fintechs). “Nós alcançamos o desenvolvimento de uma plataforma robusta e expansiva, e nesse ponto, optamos por direcionar nossos esforços para otimizar e rentabilizar nossos ativos existentes, em vez de buscar um crescimento adicional”, ressaltou Franklin.
Com essa mudança estratégica, a Via busca uma remodelação eficiente de suas operações, posicionando-se para enfrentar os desafios do mercado atual e maximizar a rentabilidade em um cenário de rápida evolução no varejo.
Nova liderança da empresa
Após uma alteração na liderança sênior da empresa no segundo trimestre deste ano, houve uma reconfiguração do modelo de negócios. Renato Horta Franklin deixou seu cargo na empresa de aluguel de carros Movida para se tornar o presidente da varejista. Por outro lado, Elcio Mitsuhiro, com experiência na produtora de itens automotivos Iochpe-Maxion e na empresa alimentícia BRF, agora ocupa a posição de diretor financeiro.
Franklin explica que a empresa já tinha uma estratégia de crescimento focada nas vendas online, na expansão de canais, na abertura de novas lojas e no envolvimento com fintechs. “Nós reconhecemos que todas essas iniciativas foram implementadas. Construímos uma plataforma robusta, que já possui um alcance significativo. Portanto, diante da escolha entre investir mais para expandir essa plataforma ou otimizar o que já temos para obter lucros, optamos por maximizar os ganhos com os recursos atuais”, ele afirma.
Estratégia Via
A empresa também informou sua intenção de reduzir seus investimentos em até 40%.
Com a implementação das mudanças operacionais anunciadas, a empresa projeta alcançar um lucro líquido de R$ 1 bilhão (antes dos impostos), mas a data para isso ainda não foi determinada.
O plano possui uma série de oportunidades potenciais de lucro até 2025. No entanto, Mitsuhiro observou que isso não significa que o plano se estenda até 2025, embora sem fornecer detalhes específicos sobre o cronograma.
A nova administração da Via também revelou ajustes destinados a fortalecer a estrutura financeira da empresa. Uma das principais mudanças diz respeito à obtenção de financiamento.
Atualmente, metade da exposição de crédito da Via está vinculada a financiamentos a prazo, explicou Mitsuhiro. Isso significa que, quando um cliente adquire um produto parcelado, a Via antecipa os pagamentos junto aos bancos e, posteriormente, reembolsa com juros quando o cliente completa o pagamento.
Agora, o plano é transferir essa carteira de financiamento para o mercado financeiro por meio de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) e cedê-la ao FIDC.
“Quando faço essa migração para uma estrutura de FIDC, tenho acesso a um limite de crédito de aproximadamente R$ 5 bilhões ou mais. Isso me permite usar esse limite para outras finalidades dentro da empresa, e o financiamento aos clientes passa a ser direcionado através do mercado financeiro”, explicou.
Em um comunicado relevante, a empresa informou que envolveu o Banco BTG Pactual e a Polígono Capital na estruturação do primeiro FIDC, além de explorar a possibilidade de emissão e oferta de cotas desse FIDC no valor de até R$ 1,5 bilhão.
A Via também comunicou sua continuidade na estratégia de conversão de créditos fiscais em dinheiro, com previsão de gerar R$ 2,5 bilhões neste ano, sendo que cerca de R$ 1,2 bilhão já foi convertido, de acordo com os executivos.
A empresa também está buscando gerar mais R$ 500 milhões por meio da conversão em dinheiro de outros ativos, como operações de “sale and leaseback” com lojas – um processo em que a loja é vendida, mas continua a ser utilizada por meio de aluguel -, conforme explicado por Mitsuhiro.
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