UE estuda restrições comerciais contra os EUA após tarifas de Trump
Proposta de retaliação europeia pode incluir bloqueio de exportações e limitar participação de empresas americanas em contratos públicos
Imagem: Envato Elements
A União Europeia estuda impor restrições a determinadas exportações para os Estados Unidos como parte de uma possível resposta à escalada da guerra comercial desencadeada pelo presidente americano Donald Trump. A proposta, que ainda está em discussão, funcionaria como forma de pressão caso as negociações com Washington não avancem de forma satisfatória, segundo fontes ligadas ao assunto.
As novas tarifas impostas pelos EUA afetam cerca de € 380 bilhões (aproximadamente US$ 432 bilhões) em produtos europeus. Se adotadas, as restrições da UE podem marcar uma intensificação significativa do conflito comercial transatlântico.
Medidas visam setores estratégicos
Embora os detalhes sobre os produtos ou setores afetados ainda não tenham sido revelados, sabe-se que a UE avalia alternativas como cotas, exigência de licenças e até proibições completas. O foco deve recair sobre itens considerados essenciais para a economia americana e difíceis de substituir.
Além das restrições diretas às exportações, Bruxelas também estuda outras formas de retaliação, como novas listas tarifárias e limitações à atuação de empresas dos EUA em licitações públicas dentro do bloco europeu.
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Negociações travadas e tensão diplomática
Até o momento, os diálogos entre as autoridades comerciais europeias e americanas têm avançado pouco. Apesar de declarações otimistas de Trump, que afirmou estar “muito confiante” em um possível acordo com a UE, diplomatas europeus relatam dificuldades em compreender os reais objetivos da Casa Branca.
Na última semana, o chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, se reuniu com autoridades americanas em Washington, mas saiu do encontro sem uma definição clara sobre os próximos passos dos EUA.
Trégua temporária e possíveis novos embargos
Como tentativa de evitar um colapso imediato nas relações comerciais, a UE decidiu adiar por 90 dias a aplicação de contratarifas em resposta às taxas de 25% sobre aço e alumínio impostas pelos EUA. Em contrapartida, Trump reduziu temporariamente a tarifa “recíproca” aplicada à maioria das exportações europeias de 20% para 10%.
No entanto, novas medidas já estão sendo preparadas caso as conversas fracassem. Entre as opções em análise está o redirecionamento de receitas obtidas por empresas de tecnologia americanas com publicidade digital dentro da Europa.
Disputa comercial pode ganhar novos capítulos
A guerra tarifária deflagrada por Trump tem como justificativa oficial o fortalecimento da indústria doméstica americana e o aumento de arrecadação para financiar cortes de impostos. Nos últimos meses, o governo dos EUA ampliou a lista de produtos taxados, incluindo veículos, semicondutores e medicamentos.
Se a UE seguir com sua estratégia de retaliação, a disputa pode escalar ainda mais, exigindo decisões políticas coordenadas entre os países-membros do bloco para garantir uma resposta firme e unificada.
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