Na corrida para a presidência dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump e a atual vice-presidente Kamala Harris estão travando uma batalha eleitoral acirrada, refletindo mudanças significativas nas preferências dos eleitores. Uma recente análise da pesquisa Reuters/Ipsos revela que Trump quase eliminou a histórica vantagem democrata entre homens hispânicos, enquanto Kamala conseguiu ampliar seu apoio entre mulheres brancas. Essa dinâmica eleitoral está moldando as estratégias de ambos os candidatos para a eleição de 5 de novembro.

A pesquisa, realizada até 21 de outubro, mostra que Trump agora possui apenas uma desvantagem de 2 pontos percentuais entre homens hispânicos, com 44% apoiando-o contra 46% para Kamala. Em comparação, em 2020, Trump estava a 19 pontos atrás do então candidato Joe Biden. Esse aumento no apoio hispânico a Trump é significativo e pode ter impactos diretos na eleição, já que os eleitores hispânicos têm se mostrado cada vez mais receptivos ao discurso republicano.

O apoio de Trump entre os eleitores hispânicos aumentou de 30% em 2020 para 37% atualmente. Kamala, por outro lado, conta com 51% desse eleitorado, mas essa porcentagem representa uma queda em relação aos 54% de Biden quatro anos atrás. Essa mudança revela uma evolução nas coalizões eleitorais, onde Trump está se aproximando de um grupo que tradicionalmente favorecia os democratas.

Enquanto Trump conquista terreno entre homens hispânicos, Kamala Harris tem mostrado um crescimento considerável entre mulheres brancas. Em 2020, as mulheres brancas favoreciam Biden em 12 pontos percentuais. Agora, essa vantagem se reduziu, com Kamala apenas 3 pontos à frente de Trump, que conta com 43% de apoio neste grupo. Essa mudança reflete uma mudança na dinâmica de apoio, que pode ser atribuída, em parte, à crescente mobilização em torno da questão do aborto, especialmente após decisões da Suprema Corte dos EUA.

O cenário eleitoral se intensifica, e a pesquisa Reuters/Ipsos destaca que ambos os candidatos estão em uma disputa excepcionalmente apertada. Com Kamala à frente por apenas 46% a 43%, as mudanças nas preferências eleitorais podem desempenhar um papel crucial na vitória. 

As estratégias eleitorais de ambos os candidatos são diretamente influenciadas por essas novas dinâmicas. Kamala busca solidificar seu apoio entre as mulheres brancas, enquanto Trump se concentra em reduzir a margem de apoio dos democratas entre os eleitores negros e hispânicos.

O ex-presidente Trump também está reduzindo as margens de apoio dos democratas entre o eleitorado negro. Recentemente, 18% dos homens negros entrevistados declararam intenção de votar em Trump, uma leve alta em relação aos 14% de 2020. O apoio das mulheres negras também cresceu, subindo de 4% para 8%. Essa mudança representa uma estratégia eficaz de Trump para ampliar sua base, enquanto Kamala precisa lidar com o crescimento do apoio republicano em um eleitorado que historicamente se alinha com os democratas.

A campanha republicana tem focado em convencer os eleitores negros de que o Partido Democrata é radical em questões sociais, utilizando essa percepção para atrair mais apoio. Por outro lado, Kamala tem se concentrado em manter o apoio das mulheres brancas, que representaram cerca de 40% dos eleitores em 2020. A capacidade de ambos os candidatos de consolidar seus respectivos apoios entre esses grupos pode determinar o resultado da eleição.

Meghan Hays, uma estrategista democrata, enfatizou a importância de Kamala ampliar sua liderança entre as eleitoras para contrabalançar o crescimento de Trump entre os homens negros e latinos. A eleição se aproxima, e ambos os candidatos precisam se adaptar rapidamente às mudanças nas preferências eleitorais para garantir uma vitória apertada.