Durante uma conferência promovida pela Eurasia Group nesta semana, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, expressou seu apoio à autonomia do Banco Central e lembrou que votou a favor dessa medida quando era senadora. Ela também declarou confiança no presidente do BC, Roberto Campos Neto.

As  declarações foram feitas antes da participação da ministra na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), na qual seria discutida a meta para a inflação. Tebet afirmou que, no momento, não se discute a alteração dessa meta, alinhando-se ao que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia afirmado anteriormente.

Tebet destaca a necessidade de redução da taxa Selic

Embora o Banco Central tenha mantido a taxa de juros em 13,75% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), Tebet argumentou que a situação econômica atual do Brasil é favorável para a redução da taxa Selic. Ela ressaltou que o país tem uma inflação controlada, apesar de possuir uma das maiores taxas de juros reais.

 Além disso, mencionou que não há uma crise institucional, diferentemente do ano passado, quando a legitimidade das eleições estava em discussão.

Reforma Tributária e suas perspectivas

Tebet também abordou a Reforma Tributária, afirmando que espera que seja votada até o final de outubro, visando alcançar um sistema tributário justo até 31 de dezembro. Ela considera o projeto de reforma atualmente em discussão como sendo bastante positivo, pois acredita que as mudanças propostas podem aumentar a produtividade econômica do país, simplificar os impostos e reduzir os litígios tributários.

A ministra também ressaltou a importância da cautela nesse processo. Uma vez que a reforma pode ter impactos significativos, como o aumento da carga tributária no setor de serviços. No entanto, ela argumenta que a indústria, que é o setor que mais gera empregos com carteira assinada e melhores salários, será beneficiada pela redução da carga tributária.

Além disso, Tebet mencionou a intenção de discutir uma reforma tributária voltada para a renda, visando corrigir as desigualdades fiscais no país. Ela afirmou que não se trata de tributar grandes fortunas, mas de rever a estrutura tributária atual.

Previsões do governo Lula: novo PAC e investimentos

Tebet revelou que o governo Lula pretende lançar um novo plano de investimentos, diferentemente do anteriormente conhecido como PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Segundo ela, o governo está ciente de que o Brasil só voltará a crescer se houver investimentos públicos e privados em parceria.

O presidente Lula tem previsto anunciar esse pacote de medidas até o início de agosto, podendo antecipá-lo conforme sua agenda.

O pacote incluirá ações já anunciadas, como concessões de leilões de ferrovias, portos e rodovias.

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.