A Suzano (SUZB3), maior produtora global de celulose de eucalipto, registrou lucro líquido de R$ 1,96 bilhão no terceiro trimestre de 2025, o que representa uma queda de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado, divulgado nesta quinta-feira (6), reflete o impacto da desvalorização dos preços internacionais da celulose, mesmo com redução nos custos de produção e desempenho operacional em linha com as expectativas de mercado.

A receita líquida da companhia somou R$ 12,15 bilhões entre julho e setembro, queda de 1% na comparação anual, mas ligeiramente acima das projeções dos analistas consultados pela LSEG, que estimavam faturamento de R$ 12 bilhões.

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Ebitda da Suzano (SUZB3) acompanha retração do setor

O Ebitda ajustado da Suzano totalizou R$ 5,2 bilhões no terceiro trimestre, um recuo de 20% em relação ao mesmo período de 2024. O indicador, que mede o desempenho operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, ficou em linha com a mediana das projeções do mercado.

A empresa vem enfrentando um ambiente de margens mais apertadas, reflexo de preços internacionais da celulose ainda abaixo da média histórica, enquanto a demanda global por papel e produtos derivados mostra sinais de recuperação gradual.

Mesmo com o cenário desafiador, a Suzano manteve disciplina financeira e controle de custos, reforçando a eficiência operacional de suas plantas industriais.

Queda do preço da celulose pressiona resultado trimestral

Um dos principais fatores por trás da retração no lucro da Suzano foi a redução do preço médio da celulose vendida, que caiu 22% em relação ao terceiro trimestre de 2024, alcançando US$ 524 por tonelada. A desvalorização foi parcialmente compensada pela queda no custo caixa de produção, que passou de R$ 932 por tonelada há um ano para R$ 812 no trimestre encerrado em setembro.

A redução dos custos reflete ganhos de produtividade e eficiência logística, além da valorização do real frente ao dólar no período, o que ajudou a suavizar parte dos impactos negativos sobre as margens.

Ainda assim, o resultado líquido ficou abaixo do desempenho registrado em 2024, quando o setor foi beneficiado por preços mais elevados e demanda aquecida na Ásia.

Alavancagem e estrutura financeira da Suzano

Ao final de setembro, a Suzano apresentava alavancagem financeira em dólares de 3,3 vezes, ligeiramente acima das 3,1 vezes registradas um ano antes. O aumento reflete a combinação de menor geração de caixa com investimentos contínuos em expansão de capacidade produtiva, incluindo projetos estratégicos voltados à sustentabilidade e à eficiência energética.

Segundo a companhia, a gestão do endividamento continua sob controle, com perfil de dívida alongado e grande parte dos passivos denominada em dólar, protegendo os resultados contra oscilações cambiais mais bruscas.

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