Justiça determina 80% do efetivo dos Correios em atividade durante greve

A Justiça do Trabalho determinou que os Correios mantenham 80% do efetivo em atividade durante a greve iniciada na última terça-feira, que atinge nove estados.

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22 de dez, 2025 às 16:30
Imagem da fachada de uma agência dos Correios com identidade visual amarela, azul e o logo característico em destaque, localizado em um edifício alto com céu azul ao fundo. Foto: Divulgação

A greve dos Correios passou a operar sob novas regras após decisão da Justiça do Trabalho. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que a estatal mantenha 80% do efetivo em atividade durante a paralisação, atendendo a um pedido da própria empresa. A medida busca evitar a interrupção total dos serviços postais, considerados essenciais para a população e para a economia.

A decisão foi proferida pela ministra Kátia Magalhães Arruda e vale enquanto durar o movimento grevista, iniciado na última terça-feira, com impacto em ao menos nove estados do país.

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Decisão da Justiça sobre a greve dos Correios

Ao analisar o pedido apresentado pelos Correios, a ministra entendeu que a greve dos Correios não pode resultar na paralisação completa das atividades. Segundo o despacho, o serviço postal desempenha papel estratégico, especialmente na entrega de documentos, encomendas, medicamentos e serviços ligados ao comércio eletrônico.

Com isso, os sindicatos da categoria ficam obrigados a garantir a presença mínima de trabalhadores em operação. Caso a determinação seja descumprida, poderá ser aplicada multa diária de R$ 100 mil às entidades sindicais envolvidas no movimento.

A decisão do TST reforça entendimentos anteriores da Justiça do Trabalho sobre a necessidade de funcionamento mínimo em serviços considerados essenciais, mesmo em cenários de greve.

Paralisação começou na terça-feira e atinge nove estados

A greve dos Correios teve início na última terça-feira e atinge, até o momento, trabalhadores de nove estados. A mobilização foi convocada por sindicatos da categoria após o impasse nas negociações com a empresa sobre o novo acordo coletivo de trabalho.

Desde o início da paralisação, consumidores relataram atrasos pontuais em entregas e serviços, principalmente em regiões onde a adesão ao movimento foi maior. No entanto, segundo a estatal, as operações seguem funcionando de forma parcial.

Reivindicações dos trabalhadores

Entre as principais pautas da greve dos Correios estão a assinatura de um novo acordo coletivo, reajuste salarial e a adoção de medidas para enfrentar a crise financeira enfrentada pela empresa.

Os funcionários alegam perdas salariais acumuladas, além de preocupação com o futuro da estatal diante do cenário de endividamento e queda de receitas. Sindicatos afirmam que as propostas apresentadas até agora não garantem segurança aos trabalhadores nem a manutenção dos direitos históricos da categoria.

As negociações seguem em andamento, mas ainda sem consenso entre as partes.

Crise financeira e busca por empréstimo bilionário

A paralisação ocorre em meio a um momento delicado para os Correios. A estatal busca atualmente um empréstimo de R$ 12 bilhões para cobrir prejuízos acumulados e reforçar o caixa.

A situação financeira da empresa tem sido citada tanto pela direção quanto pelos trabalhadores como um dos fatores centrais do impasse. Enquanto a gestão argumenta que o cenário limita reajustes e benefícios, os sindicatos defendem que os funcionários não devem arcar com os custos da crise.

Correios afirmam manter agências abertas

Em nota oficial, os Correios informaram que todas as agências seguem abertas e que medidas operacionais foram adotadas para reduzir os impactos da greve dos Correios à população.

Segundo a empresa, houve remanejamento de equipes, reforço em áreas estratégicas e ajustes logísticos para garantir a continuidade dos serviços essenciais, especialmente entregas prioritárias.

A estatal também reforçou que cumpre integralmente a decisão do TST e espera que os sindicatos façam o mesmo.

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