Shein aumenta preços nos EUA antes das novas tarifas
A Shein aumentou significativamente os preços de seus produtos nos Estados Unidos, com aumentos de até 377% em alguns itens, como panos de cozinha, antes da implementação de novas tarifas de importação.

A gigante do fast-fashion, Shein, ajustou seus preços nos Estados Unidos antes da implementação de novas tarifas sobre pequenos pacotes provenientes da China. O aumento significativo dos preços afeta várias categorias, desde itens de beleza e saúde até utensílios de cozinha e roupas. Este movimento dá um sinal precoce de como a guerra comercial pode impactar diretamente o bolso dos consumidores americanos.
Aumento significativo dos preços antes das novas tarifas
A Shein, conhecida por oferecer produtos a preços acessíveis, aumentou consideravelmente seus preços nos Estados Unidos, em um cenário de mudanças nas políticas tarifárias. Entre os dias 24 e 26 de abril, os preços de diversos produtos tiveram um aumento médio de 10%, com variações significativas entre as categorias. Os consumidores que antes estavam acostumados a preços mais baixos, agora se deparam com acréscimos consideráveis, como o aumento de até 377% em um conjunto de 10 panos de cozinha.
O aumento dos preços nos EUA ocorre antes da implementação de uma nova tarifa de 120% sobre muitos produtos provenientes da China. Esta medida foi tomada após o fim da isenção de “de minimis”, que permitia a entrada de mercadorias de até US$ 800 sem tarifas ou impostos alfandegários. A mudança nas regras, somada ao aumento de taxas postais, impacta diretamente as plataformas de e-commerce, como Shein e Temu, que se beneficiaram dessa isenção nos últimos anos.
Impactos visíveis nas categorias de produtos
Os dados mais recentes indicam que os maiores aumentos de preços ocorreram nas categorias de beleza e saúde, casa e cozinha e brinquedos. O preço médio dos 100 principais produtos da categoria de beleza e saúde subiu 51%, com vários itens dobrando de preço. Já os produtos de casa e cozinha tiveram um aumento de mais de 30%, com destaque para o aumento de 377% no preço de um conjunto de panos de cozinha.
Para as roupas femininas, o aumento foi mais modesto, em torno de 8%, mas ainda significativo considerando o histórico de preços mais baixos da plataforma. Esses aumentos refletem os esforços das empresas para repassar os custos extras das tarifas aos consumidores, o que pode ter um impacto direto nas vendas futuras.
O impacto da guerra comercial nos consumidores
O aumento nos preços não é uma surpresa completa, uma vez que as empresas começaram a se adaptar às mudanças políticas e econômicas. A decisão do governo dos EUA de encerrar a isenção de “de minimis” para pacotes de pequeno porte afeta diretamente plataformas de e-commerce como a Shein e a Temu, que são amplamente dependentes do envio de produtos de baixo custo da China. Embora ambas as empresas tentem mitigar os impactos por meio de mudanças em sua estrutura de distribuição — como a Shein incentivando fornecedores a estabelecerem fábricas no Vietnã —, os consumidores são, de fato, os mais impactados pela elevação dos preços.
Além disso, a medida vem em um momento sensível, já que o aumento das tarifas ocorre em um cenário de recuperação econômica após a pandemia, quando os consumidores já estão enfrentando dificuldades devido à inflação e outros fatores econômicos.
Estratégias de adaptação das empresas
Diante da iminente elevação dos custos de importação, empresas como Shein e Temu começaram a buscar alternativas para evitar repassar todo o custo das novas tarifas aos consumidores. Em fevereiro, a Shein incentivou seus fornecedores a transferirem parte da produção para o Vietnã, uma medida estratégica para evitar as altas tarifas de importação. Já a Temu adotou uma estratégia de “meia custódia”, enviando grandes volumes de produtos diretamente para depósitos nos EUA.
Essas iniciativas visam minimizar o impacto das tarifas e manter os preços competitivos. No entanto, o aumento de preços já é visível e pode afetar o comportamento de compra dos consumidores, especialmente em um contexto de inflação crescente.