Saudi Aramco enfrenta dilema de R$ 179 bi em dividendos
A Saudi Aramco, maior exportadora de petróleo do mundo, enfrenta um dilema financeiro significativo no início do próximo ano: decidir entre cortar seu dividendo trimestral de R$ 179 bilhões (US$ 31 bilhões) ou continuar se endividando para mantê-lo.
Saudi Aramco enfrenta dilema de R$ 179 bi em dividendos
A Saudi Aramco, o maior exportador de petróleo do mundo, se vê diante de um dilema financeiro significativo. Com a necessidade de decidir entre cortar seu dividendo trimestral de R$ 179 bilhões (US$ 31 bilhões) ou aumentar ainda mais seu nível de endividamento, a companhia enfrenta pressões que podem impactar tanto sua operação quanto a economia saudita. Esta situação se agrava em um cenário onde os preços do petróleo permanecem contidos e a produção se mantém em níveis próximos aos mais baixos dos últimos três anos.
A Aramco terá que tomar uma decisão crítica no início do próximo ano. A empresa, que desempenha um papel central no sistema financeiro da Arábia Saudita, pode optar por reduzir seus dividendos, uma ação que, embora necessária, pode agravar o déficit orçamentário do reino. A companhia, que se tornou sinônimo de estabilidade no setor energético, vê seu balanço patrimonial pressionado, já que está distribuindo mais do que está ganhando. No terceiro trimestre, a Aramco registrou uma dívida líquida de R$ 51,4 bilhões (US$ 8,9 bilhões), um revés para a empresa que tinha um caixa líquido de R$ 156 bilhões (US$ 27 bilhões) há apenas um ano.
A importância da Aramco vai além de suas operações; seus generosos pagamentos de dividendos são fundamentais para financiar os planos de gastos do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman. Com o orçamento do reino enfrentando desafios, a continuidade dos dividendos se torna uma questão de sobrevivência financeira. A Arábia Saudita prevê um déficit orçamentário crescente e precisará que os preços do petróleo se aproximem de US$ 96 por barril para equilibrar seu orçamento, um nível que está acima dos preços atuais. Em agosto, a receita de exportação de petróleo caiu para seu menor nível em três anos, aumentando a pressão sobre a empresa.
O dividendo da Aramco é composto por duas partes principais: um pagamento base de R$ 117 bilhões (US$ 20,3 bilhões) por trimestre, que consome cerca de 95% do fluxo de caixa livre, e uma parte variável, atrelada ao desempenho, de R$ 62 bilhões (US$ 10,8 bilhões). Essa estrutura oferece alguma flexibilidade, permitindo que a Aramco considere opções para ajustar seus pagamentos de acordo com as condições do mercado.