O Bradesco BBI reafirmou sua recomendação outperform para a Brava (BRAV3). A instituição destacou que a companhia está prestes a iniciar uma nova etapa estratégica focada em maior eficiência operacional e retorno consistente aos acionistas. Com o preço-alvo mantido em R$ 26, o banco projeta que a petroleira deve gerar fluxo de caixa livre robusto nos próximos trimestres. Essa previsão reflete um alinhamento estratégico entre seus principais investidores.

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Brava (BRAV3): nova fase e acordo de acionistas marcam a mudança

Em encontro recente com acionistas que juntos detêm cerca de 27% do capital da Brava, representantes da empresa reforçaram a transição para uma fase mais eficiente e menos complexa de seus projetos. A expectativa é que, após 24 de junho de 2025, data prevista para votação da remoção da cláusula “poison pill”, a companhia formalize um acordo de acionistas. Esta mudança abre caminho para maior governança corporativa e uma estratégia clara de desalavancagem e retorno ao acionista.

A cláusula “poison pill” obrigava a oferta pública de ações caso um investidor ultrapassasse 25% do capital, limitando movimentações no controle da empresa. Sua remoção, portanto, simboliza maior flexibilidade para a Brava em sua nova fase.

Produção estável e foco em eficiência operacional

A Brava vem apresentando avanços importantes em seus campos produtivos. O campo Atlanta, por exemplo, está projetado para atingir um pico de produção de 50 mil barris por dia (kbpd) até meados de 2025. Já o campo Papa-Terra mantém estabilidade na produção, com cerca de 18 kbpd, consolidando uma capacidade instalada próxima a 100 mil barris de óleo equivalente por dia (kboepd).

Além da expansão da produção, a companhia também aposta em projetos internos que, segundo expectativas, devem gerar ganhos expressivos de eficiência. Entre as principais iniciativas, destacam-se a redução das despesas administrativas, incluindo uma recente diminuição de 5% no custo da alta gestão. Além disso, a empresa aposta na racionalização dos poços terrestres e no fortalecimento de parcerias com operadores onshore. Embora essas medidas possam elevar o custo operacional no curto prazo, o objetivo é claro: reduzir o capex e minimizar o corte de água, o que, consequentemente, deve resultar em ganhos de recuperação entre 5% e 10%.

Recuperação terciária e mitigação de riscos na Bacia Potiguar

Um dos grandes desafios operacionais da Brava (BRAV3) tem sido o crescente corte de água na Bacia Potiguar. Para contornar esse risco, a empresa investe em métodos de recuperação terciária, tecnologia capaz de aumentar a extração eficiente de óleo dos reservatórios. Essa estratégia, embora eleve os custos operacionais, é vista como um caminho para ampliar a produtividade e otimizar o retorno dos projetos.

O banco BBI destaca que as metas mínimas de retorno sobre capital investido (ROIC) para a Brava são de 15% para projetos onshore e 20% para offshore, com a expectativa de que o ROIC consolidado evolua dos atuais 12% para 25% no longo prazo.

Gestão financeira e expectativa de dividendos

Na parte financeira, o Bradesco BBI avalia que a companhia está preparada para reduzir seu capex graças aos ganhos de eficiência e às tecnologias aplicadas. Além disso, a venda de ativos não estratégicos e a gestão mais rigorosa dos passivos devem contribuir para a diminuição do custo da dívida e o fortalecimento do fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE).