A Petrobras (PETR3; PETR4) está prestes a apresentar um novo plano estratégico que promete impactar significativamente a política de dividendos da empresa. Com a divulgação marcada para o dia 21 de novembro, após o fechamento do mercado, as expectativas do mercado se concentram na previsão de que a companhia pagará US$ 50 bilhões em dividendos nos próximos cinco anos. Este valor representa um aumento em relação à previsão anterior de US$ 40 bilhões a US$ 45 bilhões, destacando a intenção da Petrobras de priorizar a remuneração de seus acionistas.

O que esperar do novo plano?

O novo plano estratégico será apresentado em um contexto de grandes mudanças na estrutura financeira da empresa. Os analistas do Bradesco BBI projetam que a Petrobras seguirá uma abordagem conservadora, focando na redução do capex (capital expenditures) e na manutenção de uma dívida bruta saudável, fatores que contribuem para a viabilidade dos dividendos. A empresa também agendou uma apresentação para investidores no dia seguinte à divulgação do plano, o que pode trazer mais clareza sobre as estratégias financeiras adotadas.

Estrutura de investimentos e impacto no Capex

A expectativa é de que a Petrobras reduza significativamente seus investimentos de capital, com o capex previsto para 2025 entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões, um corte em relação ao número orientado anteriormente de US$ 21 bilhões. Esse ajuste se faz necessário, uma vez que a empresa enfrentou desafios operacionais e limitações de recursos. O Bradesco BBI acredita que essa diminuição no capex pode liberar recursos adicionais para dividendos, especialmente em um cenário onde a companhia busca aumentar sua eficiência operacional.

Produção de petróleo e metas de crescimento

Em relação à produção de petróleo, a Petrobras deve manter uma média de 2,2 milhões de barris por dia em 2025. No entanto, as projeções para 2029 indicam um potencial aumento da produção para 2,6 milhões de barris por dia, impulsionado pela introdução de novas plataformas. Essa estabilidade na produção é fundamental para garantir a geração de receitas, que, por sua vez, sustentará os pagamentos de dividendos aos acionistas.

Dívida bruta e composição do balanço

Um dos pontos centrais do próximo plano de negócios da Petrobras será a gestão de sua dívida. Atualmente, a meta de dívida bruta da empresa é de US$ 65 bilhões, mas análises sugerem que esse limite pode ser elevado para US$ 80 bilhões. A maior parte dessa dívida está relacionada a leasing, representando um nível de risco diferente do que a alavancagem financeira. Cerca de 56% da dívida da Petrobras advém de leasing, o que implica que a empresa possui um compromisso financeiro mais flexível, permitindo uma maior segurança em relação aos dividendos.

Importância dos dividendos para os acionistas

Os dividendos têm um papel crucial na atratividade das ações da Petrobras para os investidores. A previsão de US$ 50 bilhões em dividendos nos próximos cinco anos deve ser vista como um compromisso da companhia em retribuir aos acionistas, especialmente em um momento de volatilidade nos mercados e incertezas econômicas. Os dividendos não apenas oferecem retorno financeiro, mas também sinalizam a saúde financeira da empresa e sua capacidade de gerar lucros sustentáveis.

Anúncio de dividendos extraordinários

Outro aspecto que deve ser destacado é a expectativa de um dividendo extraordinário para o ano de 2023, que deve ser anunciado juntamente com o novo plano. As estimativas iniciais sugeriam um pagamento de até US$ 4,5 bilhões, mas as recentes flutuações cambiais levaram os analistas a ajustar esse valor para cerca de US$ 3,5 bilhões. Esse dividendo extraordinário será um indicativo importante da política de remuneração da Petrobras e de sua capacidade de gerar fluxo de caixa em um ambiente desafiador.