A Rede D’Or (RDOR3) atualizou seus planos de expansão e adiou a entrega de alguns projetos, mas essa postergação não foi suficiente para que os analistas mudassem a perspectiva sobre o papel. A melhora nos resultados e a parceria com o Bradesco contribuíram para que a ação continuasse com recomendação de compra.

Na atualização do Relatório de Referência, entregue à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na última sexta-feira (31), a empresa informou que espera entregar 5.384 leitos entre 2024 e 2028, com custo médio de aproximadamente R$ 1,5 milhão/leito.

O Bradesco BBI observa que, embora o número total de leitos não tenha sido alterado, o plano de expansão reduziu a entrega no período de 2023 a 2025 em comparação com as projeções anteriores.

“O adiamento foi provavelmente motivado pelos projetos brownfield (expansão ou reforma de empreendimentos), que representam a maior parte do plano de expansão, ou 70% do total de novos leitos para 2024-28. Vemos isso como negativo, pois indica uma demanda menor do que a esperada anteriormente nos hospitais existentes”, explicam os analistas da instituição em seu relatório.

Apesar do ajuste, o Bradesco BBI elevou o preço-alvo do papel de R$ 31 para R$ 32. Essa mudança foi realizada após a incorporação dos resultados do primeiro trimestre de 2024, da atualização do plano de expansão e da parceria com o Bradesco.

Para a XP, de maneira geral, “o novo cronograma de investimentos foi visto como positivo, uma vez que proporciona um alívio para o caixa de curto e médio prazos da empresa e, consequentemente, para sua alavancagem”, disseram os analistas. 

Rede D’Or (RDOR3) dobra lucro no 1T24

A Rede D’Or anunciou um lucro líquido de R$840,3 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), representando um aumento de 176,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A empresa divulgou esses números nesta segunda-feira (06).

O lucro líquido ajustado para o 1T24 alcançou R$892,9 milhões, registrando um crescimento de 138,8% em relação ao ano anterior. Já o retorno sobre o capital investido (ROIC) atingiu 18,5% entre janeiro e março deste ano, um aumento de 1,6 ponto percentual em comparação com o mesmo período do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado totalizou R$2,181 bilhões no primeiro trimestre de 2024, apresentando um aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2023.

A margem Ebitda ajustada para o primeiro trimestre deste ano foi de 17,6%, representando um aumento de 3,3 pontos percentuais em comparação com o 1T23. A receita líquida alcançou R$12,373 bilhões no primeiro trimestre deste ano, mostrando um crescimento de 9,3% em comparação com o mesmo período de 2023.

Já as despesas gerais e administrativas totalizaram R$672 milhões no 1T24, registrando um aumento de 15,5% em relação ao mesmo período de 2023. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$403,5 milhões no primeiro trimestre de 2024, representando uma redução de 25,1% em comparação com as perdas financeiras do 1T23.

Em 31 de março de 2024, a dívida líquida da empresa era de R$17,524 bilhões, um aumento de 13% em comparação com o mesmo período de 2023.

Por fim, o indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, foi de 2,2 vezes em março de 2023, mostrando uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.