PSDB negocia fusão com PSD de Kassab para disputar a Presidência em 2026
Em reunião realizada na última semana, Paulo Serra e Kassab discutiram a possibilidade de união entre as siglas.
O Partido Social Democrático (PSD) celebra os doze anos da criação e liderado por Gilberto Kassab, durante jantar em Brasília, que não teve a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Segundo Kassab a organização surgiu com o propósito de agregar os grandes nomes do centro democrático do Brasil. Hoje o partido tem três ministros no governo Lula,a maior a bancada do Senado Federal, uma das principais bancadas na Câmara dos Deputados, dois governadores de Estado e centenas de prefeitos e vice-prefeitos e milhares de vereadores em todas as regiões do país. | Sérgio Lima/Poder360 - 04.out.2023
O PSDB, partido que já comandou a Presidência da República com Fernando Henrique Cardoso, está em negociações avançadas para uma possível fusão com o PSD, liderado por Gilberto Kassab. Segundo apuração do Estadão, a medida é vista como uma estratégia de sobrevivência após anos de declínio político e eleitoral.
Em reunião realizada na última quinta-feira (2), Paulo Serra, presidente do PSDB em São Paulo, e Kassab discutiram a possibilidade de união entre as siglas. “Tivemos uma boa conversa e essa questão da fusão está avançando bastante. Precisamos crescer e a fusão, incorporação ou federação podem ser alternativas viáveis”, afirmou Serra ao jornal.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, também confirmou que o partido está analisando diferentes cenários. “Há uma divisão interna sobre o futuro. Enquanto uma ala defende a continuidade do PSDB, outra considera a fusão ou incorporação como saída necessária. Vamos nos debruçar sobre isso em fevereiro, com a reabertura dos trabalhos no Congresso”, declarou Perillo.
Crise interna no PSDB e busca por sobrevivência
O PSDB enfrenta uma crise severa, refletida nas eleições municipais de 2024, quando perdeu representação em importantes colégios eleitorais como São Paulo e Belo Horizonte. Além disso, o partido viu nomes de peso, como Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes, deixarem suas fileiras nos últimos anos.
A fusão com o PSD é considerada um passo crucial para superar a chamada “cláusula de barreira” em 2026, que exige um número mínimo de votos para deputados federais a fim de garantir acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV.
Gilberto Kassab demonstrou entusiasmo com a possibilidade. “Com quadros tão valorosos como os do PSDB, é evidente que o PSD tem especial interesse nessa aproximação, qualquer que seja o modelo”, disse Kassab ao Estadão.
Planos do PSDB e do PSD para Presidência 2026
A articulação política busca viabilizar a candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leite, que já foi sondado anteriormente por Kassab para se filiar ao PSD, seria uma peça central em uma eventual união entre os partidos.
Contudo, o cenário é complexo. Além de Leite, o PSDB possui apenas mais dois governadores: Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul). Lyra, entretanto, já negocia sua filiação ao PSD.
O fator Tarcísio de Freitas também traz incertezas. Governador de São Paulo e filiado ao Republicanos, Tarcísio é considerado uma opção da direita para 2026, especialmente após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Kassab, que hoje ocupa a Secretaria de Governo no estado, tem se mantido como um ator-chave nas articulações.
A definição sobre a fusão e os rumos do PSDB deve ocorrer ao longo de 2025, enquanto os partidos ajustam suas estratégias para uma disputa presidencial que promete ser acirrada.
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