Principais bancos brasileiros têm desempenho positivo em prévia do semestre
Após quase metade do ano transcorrer, os principais bancos listados na Bolsa brasileira acumulam resultados favoráveis até o momento. O Banco do Brasil (BBAS3) se destaca na liderança, registrando um aumento de 34,52% desde o início de 2023. Em seguida, o Itaú (ITUB4) obteve ganhos de 9,02% até o encerramento do pregão da última quinta-feira […]

Após quase metade do ano transcorrer, os principais bancos listados na Bolsa brasileira acumulam resultados favoráveis até o momento. O Banco do Brasil (BBAS3) se destaca na liderança, registrando um aumento de 34,52% desde o início de 2023. Em seguida, o Itaú (ITUB4) obteve ganhos de 9,02% até o encerramento do pregão da última quinta-feira (1).
O Santander Brasil (SANB11) acumulou um aumento de 4,97%, enquanto o Bradesco (BBDC4), depois de uma ascensão de 16% em maio, apresentou um crescimento de 1,81% no acumulado de 2023.
Com base nos últimos dados de crédito divulgados pelo Banco Central, o Bank of America (BofA) destacou a resiliência dos bancos públicos, como o Banco do Brasil, em um cenário de desaceleração geral de empréstimos, que tem afetado principalmente as instituições privadas.
“Essa disparidade é explicada pelo bom crescimento nos portfólios de crédito rural e imobiliário e os bancos públicos têm uma grande fatia de mercado em ambas as modalidades”, escreveram Mario Pierry e Flavio Yoshida, representantes do Bank Of America.
Não surpreendentemente, o BBAS3 é o único dos grandes bancos que recebe uma recomendação de compra do BofA, juntamente com bancos de menor porte, como BTG Pactual (BPAC11) e ABC Brasil (ABCB4), além do Inter (INBR32). O Itaú e o Unibanco têm uma recomendação neutra, enquanto o Santander Brasil está classificado como underperform, abaixo do desempenho do mercado.
Em abril, o saldo total de crédito das instituições financeiras no Brasil cresceu 11,1%, desacelerando pelo sexto mês consecutivo, com uma queda ainda mais acentuada. O volume de concessões de empréstimos no período foi de R$ 460 bilhões, uma redução de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com março, houve uma diminuição de 17%, marcando a primeira queda mensal nas concessões desde janeiro de 2021.
Na visão do BofA, os dados de abril indicam que as condições de crédito continuam restritas, reforçando a seletividade do banco em relação às instituições financeiras brasileiras. A originação de empréstimos permanece limitada, exercendo pressão negativa sobre o crescimento das carteiras, que têm um perfil mais conservador, enquanto a inadimplência continua piorando.
Analistas da XP avaliam desempenho positivo dos principais bancos brasileiros
“Essa tendência reflete o ciclo de aumento gradual das taxas de juros iniciado em 2021, que também está impactando os empréstimos inadimplentes, como previsto”, afirma o relatório da XP, assinado por Bernardo Guttman e Rafael Nobre. A equipe de análise ressalta que o ritmo de desaceleração está alinhado com as projeções fornecidas pelos principais bancos.
A XP prevê um aumento adicional nas taxas de inadimplência no futuro, com expectativa de estabilização no segundo semestre deste ano. Em abril, o índice ficou em 3,5%, um aumento de 12 pontos-base em relação a março e de 79 pontos em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O custo do crédito deve se manter em níveis elevados. Em abril, os spreads aumentaram 80 pontos-base em comparação ao mês anterior, totalizando 21,9%, bem acima da média histórica de 17,6%. Para empréstimos individuais, houve um aumento de 100 pontos-base, chegando a 28%, enquanto o spread corporativo permaneceu estável, em 9,7%.
“Apesar dos desafios macroeconômicos enfrentados ao longo do ano, acreditamos que os números reportados não alteram as tendências em curso”, afirmam Guttman e Nobre. Assim, a XP mantém uma perspectiva positiva para os grandes bancos, com preferência pelo Itaú.
Outras análises
Segundo o Bradesco BBI, o crescimento de dois dígitos no saldo total de crédito ainda é consideravelmente forte e superior à média de 8,7% dos últimos 10 anos.
“Esperamos que a desaceleração do crédito continue nos próximos meses, mas sem representar uma ameaça à estabilidade financeira”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI, Andre Carvalho, Guilherme Zimmermann e Fernando Cardoso.
Com informações de InfoMoney