Presidente do BC diz que meta de inflação está em linha com as de outros países
Durante um debate sobre juros no Senado nesta quinta-feira (27), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, refutou mais uma vez a ideia de que o Brasil tenha violado sua meta de inflação mais do que outros países, e afirmou que o desvio das metas ocorreu quando se optou por permitir uma maior inflação em troca de crescimento econômico.
A afirmação foi feita em uma sessão de debates no plenário sobre juros, inflação e crescimento econômico. “Vejo alguns questionamentos, [segundo os quais] o sistema de metas no Brasil fica muito tempo fora da banda. Não é verdade. Ele ficou grande parte do tempo dentro da banda, com sete estouros em 24 anos”, disse o presidente da autoridade monetária.
Campos Neto reiterou que o Brasil teve sete episódios de descumprimento de metas em um período de 24 anos, uma quantidade semelhante à de países como Chile e Peru. Ele afirmou que “o sistema de metas de inflação funciona muito bem em todos os países”, e que o Brasil, na maior parte do tempo, manteve-se dentro da faixa estabelecida pelo regime de metas.
Foram mencionados por ele os exemplos recentes da Argentina e da Turquia, que “optaram por sacrificar o controle da inflação em prol do crescimento econômico, e acabaram tendo mais inflação e menos crescimento no final das contas”.
Ainda durante o debate, Campos Neto mencionou que países desenvolvidos possuem uma meta de inflação de 2%, enquanto muitos países emergentes, incluindo o Brasil, estabelecem uma meta de 3%. Ele destacou que, dentre os países relevantes, apenas a África do Sul e a Índia possuem metas acima de 3%.
Também participaram da sessão de debates os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
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