Preço de remédios em São Paulo pode variar mais de 2.000%, aponta Procon

Levantamento do Procon-SP mostrou que o preço de remédios em São Paulo pode variar até 2.000%, especialmente entre medicamentos genéricos.

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03 de jul, 2025 às 06:30
Preço de remédios em São Paulo pode variar mais de 2.000%, aponta Procon Preço de remédios em São Paulo pode variar mais de 2.000%, aponta Procon

Uma pesquisa recente do Procon-SP revelou que o preço de remédios pode apresentar variações superiores a 2.000% entre farmácias da cidade de São Paulo. O estudo, realizado entre os dias 26 e 28 de maio de 2025, avaliou os valores de medicamentos genéricos e de referência em estabelecimentos físicos e plataformas online, destacando a importância de comparar preços antes da compra.

Os dados reforçam o alerta para que consumidores estejam atentos às diferenças de valores e busquem sempre alternativas mais econômicas e seguras, especialmente quando se trata de medicamentos de uso contínuo ou de grande circulação.

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Variações de até 2.000% no preço de remédios genéricos

O destaque da pesquisa ficou com a Tadalafila 5 mg, medicamento genérico utilizado no tratamento da disfunção erétil. Em São Paulo, a caixa com 30 comprimidos foi encontrada por apenas R$ 4,27 em um local e por impressionantes R$ 93,58 em outro — uma diferença de 2.091,57%.

Esse dado chama atenção para o impacto direto no bolso do consumidor e evidencia a necessidade de realizar uma pesquisa de preços detalhada antes de efetuar qualquer compra.

Outro caso marcante foi registrado no interior do estado, em Presidente Prudente, onde o Citrato de Sildenafila 50 mg, outro tratamento para disfunção erétil, teve variação de 779,90%, com preços entre R$ 1,99 e R$ 17,51.

Medicamentos de referência também apresentam grandes diferenças de preço

Não foram apenas os genéricos que mostraram discrepâncias. Entre os medicamentos de referência, o maior contraste foi observado na capital paulista com o creme corticoide Dexason, cujo preço variou 245,65%, sendo vendido entre R$ 5,17 e R$ 17,87.

No comércio eletrônico, a maior diferença apareceu no hormônio sintético para tireoide Synthroid, com valores entre R$ 21,99 e R$ 54,39, representando uma variação de 147,34%. Em São José dos Campos, o vermífugo Albendazol 500 mg (24 comprimidos) teve uma diferença de 141,46%, custando entre R$ 8,20 e R$ 19,80.

Genéricos continuam mais vantajosos, especialmente online

A análise do Procon-SP também indicou que os medicamentos genéricos são, em média, 64,67% mais baratos do que os de referência em farmácias físicas. Nos canais online, a economia é ainda maior: os genéricos chegam a ser 67,31% mais baratos, em comparação com os de marca.

Além disso, remédios genéricos comprados online apresentam preços 13,88% menores do que em lojas físicas. Já os medicamentos de referência possuem uma diferença mais modesta entre os canais, com 3,73% de variação.

Esses dados destacam o papel crescente das farmácias virtuais como alternativa econômica, mas também apontam para a necessidade de atenção redobrada na hora da compra, principalmente em relação à procedência e validade dos produtos.

Preços de medicamentos sobem mais que a inflação oficial

Outro dado preocupante revelado pela pesquisa foi o aumento médio de 8,6% no preço de medicamentos de referência entre 2024 e 2025, superando o IPCA acumulado de 5,8% no mesmo período.

Esse avanço acima da inflação sinaliza que, mesmo com regulação de preços pela Anvisa, os consumidores estão enfrentando custos cada vez mais altos para manter seus tratamentos médicos em dia.

Falta de informação compromete escolhas dos consumidores

Além dos dados econômicos, o Procon-SP também ouviu 1.378 consumidores para entender o nível de conhecimento da população sobre o mercado farmacêutico. Os resultados mostram um cenário de desinformação preocupante:

  • 74,8% não conhecem o preço máximo autorizado pela Anvisa;
  • 86% não sabem como as farmácias utilizam seus dados pessoais;
  • 40,5% afirmam não ter informações suficientes para escolher medicamentos com consciência.

Esses números indicam a urgência de ações educativas e campanhas de esclarecimento sobre os direitos dos consumidores no setor de saúde.

Procon-SP orienta: compare preços e verifique a procedência

Diante das grandes diferenças identificadas, o Procon-SP recomenda que os consumidores:

  • Sempre compare preços em farmácias físicas e virtuais;
  • Fiquem atentos a descontos de planos de saúde, convênios ou programas de fidelidade;
  • Confiram lote, validade, registro no Ministério da Saúde e fabricante dos produtos;
  • Avaliem se podem obter medicamentos gratuitos ou com desconto por meio de programas governamentais, como o Farmácia Popular.

A instituição também reforça a importância de exigir nota fiscal, especialmente nas compras online, para garantir os direitos do consumidor em caso de troca ou problemas com o produto.