O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), se pronunciou sobre os recentes alagamentos que afetaram diversas regiões da cidade após a tempestade de sexta-feira (24). Durante uma entrevista nesta segunda-feira (27), Nunes defendeu o plano de drenagem adotado pela Prefeitura, destacando que sem as obras realizadas, a situação poderia ter sido uma verdadeira tragédia. Apesar dos danos causados pela tempestade, o prefeito afirmou que as medidas de prevenção já implementadas foram cruciais para evitar um desastre ainda maior.

O que aconteceu com a tempestade em São Paulo?

Na última sexta-feira (24), a cidade de São Paulo enfrentou um temporal de grande intensidade, que provocou alagamentos em estações de trem, metrô e várias avenidas. Em algumas áreas, a chuva foi tão forte que causou desabamentos. Na zona norte da cidade, o teto de um shopping desabou, e a situação se agravou em diversas regiões. No bairro da Vila Madalena, um dos locais mais afetados, a chuva inundou o famoso Beco do Batman, causando cenas impressionantes de alagamento em poucos minutos.

A tragédia na Vila Madalena e os desafios de drenagem

Além dos alagamentos, a tempestade resultou em uma tragédia na zona oeste de São Paulo, quando o artista plástico Rodolpho Tamanini Netto, de 73 anos, foi encontrado morto em sua casa após a enxurrada invadir a residência. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, a água entrou na casa após um carro arrastado pela enxurrada se chocar e quebrar o portão da residência. Tamanini, que havia instalado recentemente uma porta antienchente devido aos recorrentes problemas de alagamentos na região, infelizmente não conseguiu escapar.

A Vila Madalena é conhecida por sofrer com alagamentos há décadas, e a Prefeitura de São Paulo já havia identificado a necessidade de um plano de drenagem mais eficaz para a região. Nunes, durante a coletiva, reconheceu esses desafios e se comprometeu a retomar o projeto de construção de piscinões, estruturas que ajudam a reter a água da chuva e evitar alagamentos. No entanto, especialistas apontam que os piscinões, por si só, não são uma solução definitiva para os problemas de drenagem, especialmente com a intensificação das chuvas devido às mudanças climáticas.

A resposta da Prefeitura e as obras de drenagem

Em sua defesa, o prefeito Ricardo Nunes destacou que as obras de drenagem realizadas pela Prefeitura nos últimos anos foram fundamentais para reduzir os danos causados pela tempestade. “Foi um volume de chuva muito grande, mas, sem as obras de drenagem que já fizemos, isso teria sido uma tragédia”, afirmou Nunes. O prefeito também mencionou que, desde o início de sua gestão, a Prefeitura investiu R$ 7,6 bilhões em obras de drenagem, incluindo a canalização de rios e a construção de piscinões com capacidade projetada para 100 anos.

Apesar de reconhecer que ainda há muito a ser feito, Nunes destacou que os investimentos em drenagem têm trazido resultados positivos, especialmente quando se leva em conta o impacto das mudanças climáticas. “As obras da Prefeitura têm dado o resultado esperado, ainda mais se considerarmos o volume de chuva muito alto e o espaço de tempo muito curto”, afirmou.

Novos investimentos e a continuidade das obras de drenagem

O prefeito informou que, no momento, a Prefeitura está trabalhando na construção de oito novos piscinões em diferentes pontos da cidade, como o piscinão do Rio Verde, na zona leste, que deverá atender a uma das principais demandas de drenagem de São Paulo. Além disso, Nunes mencionou a realização de obras de contenção de encostas e a construção de 300 jardins de chuva espalhados pela cidade. No entanto, ele reconheceu que os jardins de chuva têm um impacto menor na redução de alagamentos, em comparação com as grandes obras de drenagem e piscinões.