Opep+ adia reunião sobre política de produção para 5 de dezembro
A Opep+ adiou sua reunião sobre política de produção para o dia 5 de dezembro, em vez de 1º de dezembro, para evitar sobrecarga de agenda com a cúpula dos países árabes do Golfo no Kuwait.

A aliança de países produtores de petróleo Opep+ decidiu adiar sua reunião sobre a política de produção para o dia 5 de dezembro, uma mudança de última hora em relação à data inicial de 1º de dezembro. O motivo do adiamento foi o conflito de agenda com uma importante cúpula dos países árabes do Golfo, marcada para o mesmo dia, na cidade do Kuwait. A alteração foi confirmada pela Opep em um comunicado oficial.
Cúpula dos países árabes do Golfo em 1º de dezembro
O adiamento da reunião da Opep+ ocorre em meio à proximidade de outros eventos diplomáticos. A cúpula dos países árabes do Golfo, que acontecerá no Kuwait, reunirá representantes de diversas nações da região, incluindo ministros de Energia, que são figuras chave na Opep+. Dada a relevância do evento e a participação dos ministros em ambas as agendas, a aliança de produtores de petróleo decidiu reagendar a sua reunião para evitar sobrecarga de compromissos e garantir uma maior participação.
A decisão foi vista como uma tentativa de harmonizar os compromissos dos líderes da Opep+, principalmente os de países como Arábia Saudita e Rússia, que estão profundamente envolvidos nas discussões sobre a produção de petróleo. A mudança na data foi, portanto, uma medida prática para otimizar a participação das partes interessadas.
Discussões sobre produção e ajustes no aumento gradual da produção
A reunião da Opep+ em 5 de dezembro se concentrará em importantes discussões sobre a política de produção do grupo, principalmente sobre a questão dos aumentos programados para o próximo ano. Segundo fontes da Opep+, os ministros estão discutindo a possibilidade de adiar novamente o aumento da produção, que estava previsto para começar em janeiro de 2025.
Este adiamento, caso seja confirmado, ocorrerá em meio a uma série de desafios para o mercado de petróleo global. A desaceleração da demanda, especialmente da China — um dos maiores consumidores de petróleo do mundo — e o aumento da produção fora do bloco da Opep+ estão impactando os preços e dificultando a implementação dos planos de aumento gradual da produção. A Opep+ já havia postergado um aumento similar em novembro de 2024, o que aumentou a pressão sobre os países produtores para ajustar suas políticas de produção com mais flexibilidade.
Líderes da Opep+ se reúnem para alinhamento
O príncipe Abdulaziz bin Salman, ministro da Energia da Arábia Saudita e uma das principais figuras da Opep+, manteve uma série de conversas importantes nos últimos dias. Ele conversou com o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, e com o ministro da Energia do Cazaquistão, Almasadam Satkaliyev, durante uma visita oficial ao Cazaquistão. Essas reuniões visam alinhar a estratégia do grupo em relação à produção de petróleo, especialmente no que diz respeito ao impacto da desaceleração econômica global.
Além disso, as conversas realizadas entre os ministros de energia da Arábia Saudita, Iraque e Rússia em Bagdá, na terça-feira, 26 de novembro, reforçam a importância da cooperação entre os países da aliança para garantir a estabilidade no mercado global de petróleo.
Objetivos da Opep+: Gradual eliminação dos cortes na produção
A principal meta da Opep+ é eliminar gradualmente os cortes na produção de petróleo que foram implementados desde 2020, com o intuito de sustentar os preços. Até 2025, a Opep+ pretende retornar à produção plena, o que implicaria no fim de uma série de restrições que atualmente mantêm cerca de 5,86 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) fora do mercado — um número que corresponde a aproximadamente 5,7% da demanda global.
Entretanto, as condições econômicas têm dificultado a implementação dessa estratégia. Além da redução na demanda de grandes economias como a China, a produção crescente de países fora do grupo, como os Estados Unidos, tem pressionado ainda mais a dinâmica do mercado de petróleo. Esses fatores são cruciais para entender os recentes adiamentos e os ajustes na política de produção da Opep+.
Desafios para a Opep+ no cenário atual
A Opep+ está enfrentando desafios econômicos internos e externos que estão afetando sua capacidade de implementar a política de aumento gradual da produção. A desaceleração da economia global, especialmente em mercados emergentes, tem afetado o consumo de petróleo e, consequentemente, pressionado os preços do barril para baixo. Além disso, o aumento da produção de petróleo fora da aliança — como nos Estados Unidos e em outras regiões — tem gerado um desequilíbrio na oferta e demanda, dificultando os esforços da Opep+ para estabilizar o mercado.
Esses fatores criaram uma situação onde o grupo precisou revisar suas estratégias e reavaliar a viabilidade de seus planos de aumento de produção. O adiamento da reunião e a revisão das políticas de produção indicam a flexibilidade da Opep+ diante de um cenário global desafiador.
O impacto das decisões da Opep+ na economia global de petróleo
As decisões da Opep+ afetam diretamente o mercado global de petróleo, uma vez que o grupo é responsável por cerca de metade da produção mundial de petróleo. Mudanças em suas políticas de produção podem ter impactos significativos nos preços do barril de petróleo, que por sua vez afetam a economia mundial. As flutuações nos preços do petróleo impactam diretamente o custo de produtos derivados, como combustíveis, e influenciam a inflação e as políticas econômicas de diversos países.
A Opep+ também enfrenta uma crescente pressão de países consumidores e de mercados que desejam garantir uma oferta estável e acessível de petróleo. A flexibilização ou adiamento da produção, portanto, reflete o desejo do grupo de não apenas gerenciar sua capacidade de produção, mas também de atender às necessidades econômicas globais.