Os negociadores da União Europeia (UE) e do Mercosul irão se encontrar em Brasília de 4 a 6 de setembro para retomar as conversas sobre um acordo comercial crucial entre os dois blocos econômicos. Este será o primeiro encontro presencial desde abril, criando novas esperanças de que um acordo possa ser finalizado ainda este ano. O avanço nas negociações é visto como um passo significativo para fortalecer as relações comerciais entre a Europa e a América do Sul.

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está em discussão há quase duas décadas. No entanto, o progresso foi interrompido por diversas vezes devido a questões complexas. Recentemente, a negociação enfrentou um revés significativo quando o presidente francês Emmanuel Macron criticou duramente o acordo, chamando-o de “péssimo” durante uma visita ao Brasil em março. Esse comentário gerou uma pausa nas conversas até depois das eleições parlamentares da UE, realizadas em junho.

Durante os anos de negociação, as principais barreiras foram as preocupações da União Europeia (UE) com as salvaguardas ambientais e as alegações de protecionismo feitas pelo Mercosul. As partes envolvidas tentaram resolver essas questões, mas as tensões permanecem. A União Europeia (UE) exige medidas rigorosas para proteger seus produtos alimentícios, enquanto o Mercosul busca minimizar o impacto de uma nova legislação europeia sobre o desmatamento, que pode afetar suas exportações.

A crítica de Emmanuel Macron não foi o único obstáculo. O acordo enfrenta uma série de desafios, incluindo a proteção das indústrias agrícolas europeias e as preocupações ambientais do Brasil. A nova lei antidesmatamento da União Europeia (UE), que entrará em vigor no próximo ano, é uma questão particularmente controversa. Esta legislação pode ter um impacto direto sobre as exportações brasileiras, aumentando a resistência do Mercosul à proposta.

O sentimento anti-importação na Europa, especialmente entre agricultores franceses, alemães e belgas, tem alimentado a oposição ao acordo. Estes grupos alegam que a concorrência com produtos sul-americanos mais baratos pode prejudicar suas economias locais, aumentando a pressão sobre os negociadores da União Europeia (UE) para proteger seus interesses.

Apesar dos desafios, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeram a concluir o acordo até o final do ano. Este compromisso é um sinal positivo para o progresso das negociações, com a União Europeia (UE) liderando o impulso renovado para finalizar o acordo. O acordo promete abrir novos mercados para empresas europeias e sul-americanas, beneficiando ambas as economias e fortalecendo as relações comerciais entre os blocos.