MRVE3 despenca 10%: hora de comprar ou esperar?
Resultados fracos no 3º trimestre levantam dúvidas sobre o ritmo de recuperação da MRV&Co; bancos divergem entre manter ou comprar o papel.

As ações da MRV&Co (MRVE3) caíram 10% nesta terça-feira (7), chegando a R$ 6,27, após a construtora divulgar uma prévia operacional fraca para o terceiro trimestre de 2025. O mercado reagiu mal ao desempenho, colocando o papel entre as maiores quedas do Ibovespa, com uma desvalorização de -12,67% por volta de 16h.
Veja o gráfico que ilustra a queda:

Por que as ações da MRV caíram na bolsa?
Entre julho e setembro, a MRV&Co registrou vendas de R$ 2,44 bilhões, uma leve queda de 0,5% na comparação anual e de 8,9% ante o segundo trimestre. Os lançamentos somaram R$ 2,35 bilhões, recuo de 9,4% em relação ao 3T24 e 31,7% abaixo do trimestre anterior.
A empresa ainda enfrentou um descompasso de R$ 93 milhões na geração de caixa por conta de atrasos nos repasses de programas regionais. Mesmo assim, conseguiu reverter a queima de caixa e terminou o trimestre com R$ 30,4 milhões positivos no Brasil, um pequeno respiro depois do tombo de R$ 38,2 milhões no 2T25.
Subsidiárias seguem pressionadas
A Luggo, braço de locação residencial (multifamily), teve queima de caixa de R$ 20,4 milhões.
A Urba, voltada a loteamentos, somou R$ 88 milhões em vendas e R$ 74 milhões em lançamentos.
Já a Resia, operação nos Estados Unidos, queimou US$ 1,5 milhão e entregou 68 unidades no trimestre.
No consolidado, a velocidade de vendas (VSO) ficou em 22,6%, queda de quase 10 pontos percentuais em um ano, sinal de que o ritmo das entregas e repasses segue abaixo do esperado.
Bancos divergem: hora de comprar MRVE3 ou esperar?
O Itaú BBA classificou os números como fracos, embora reconheça que as vendas se mantiveram “resilientes”. A casa vê o fluxo de caixa ainda apertado e manteve recomendação neutra para a ação.
O BTG Pactual, por outro lado, manteve recomendação de compra, destacando que a MRV&Co está barata na Bolsa, negociando a 0,8x P/VP e 5x P/L projetado para 2026. O banco acredita que o potencial de valorização é alto assim que os resultados se normalizarem.
Já o Banco Safra prefere cautela. A instituição também manteve posição neutra, mas reforçou que a recuperação da MRV continua no caminho certo, embora dependa de uma melhora mais visível no fluxo de caixa e na desalavancagem até o fim do ano.
Futuro da MRV na bolsa
Com o 3T25 deixando gosto amargo, o grande teste virá no quarto trimestre. Para cumprir o guidance anual, a MRV&Co precisará acelerar lançamentos e manter controle de custos, um desafio em meio ao cenário de juros altos e repasses lentos.
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