Minério de ferro sobe mais de 4% com novo estímulo da China e oferta global fraca
Os preços dos contratos futuros de minério de ferro subiram 4,19% na Bolsa de Mercadorias de Dalian, atingindo 709 iuanes (101,02 dólares) a tonelada, impulsionados por novas políticas de estímulo da China para o mercado imobiliário e pela redução da oferta global. O anúncio de medidas, incluindo cortes nas taxas de juros e flexibilização de exigências de hipoteca, visa reanimar a economia e estabilizar o setor imobiliário afetado pela crise.
Os contratos futuros de minério de ferro tiveram um aumento significativo de mais de 4% nesta quarta-feira (25), refletindo as novas medidas de estímulo do governo chinês voltadas para o mercado imobiliário e uma oferta global reduzida. Essa recuperação ocorre em um momento em que o setor siderúrgico enfrenta desafios e incertezas, levantando expectativas sobre o futuro do minério de ferro no mercado internacional.
Na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), o contrato de janeiro do minério de ferro encerrou as negociações do dia a 709 iuanes (aproximadamente 101,02 dólares) por tonelada, marcando uma alta de 4,19%. Durante a sessão, o contrato alcançou uma máxima intradiária de 730,5 iuanes, o maior patamar desde 2 de setembro. Esse movimento positivo foi impulsionado pela expectativa em torno de novas políticas econômicas da China que visam estimular o setor imobiliário, um dos pilares da economia do país.
Na terça-feira (24), o governo chinês anunciou um pacote de estímulos, que é considerado o maior desde o início da pandemia de COVID-19. As medidas incluem cortes nas taxas de juros e a flexibilização das exigências de hipotecas, uma tentativa de revitalizar a atividade econômica e estabilizar um mercado imobiliário que tem enfrentado sérias dificuldades. Na quarta-feira, o banco central da China também decidiu reduzir a taxa de instrumentos de empréstimos de médio prazo para os bancos, fortalecendo ainda mais a confiança do mercado.
Essas iniciativas têm como objetivo combater a desaceleração econômica e reverter a tendência de queda no setor da construção, que é vital para o consumo de minério de ferro. Analistas da ANZ destacam que o anúncio dos estímulos impulsionou o sentimento nos mercados locais de commodities, incluindo o minério de ferro importado, que apresentou alta em 24 de setembro.
Embora as medidas de estímulo da China possam ajudar a evitar a deterioração das condições no setor siderúrgico, os analistas alertam que é improvável que essas ações resultem em um aumento imediato na demanda. A produção de aço no país ainda aponta para uma redução em relação a 2023, o que sugere que a recuperação pode ser lenta e gradual.
Além disso, a consultoria chinesa Mysteel reportou que o volume de embarques de minério de ferro despachado globalmente, a partir de 19 portos e 16 empresas de mineração na Austrália e no Brasil, diminuiu 4% na semana de 16 a 22 de setembro. Essa queda na oferta global, combinada com as expectativas de estímulos econômicos, contribuiu para o aumento dos preços.
O otimismo em torno do minério de ferro também se refletiu em outros contratos. O contrato de referência para outubro na Bolsa de Cingapura subiu 1,7%, alcançando 96,35 dólares por tonelada. Essa tendência de alta é um indicativo de que os investidores estão respondendo positivamente às medidas de estímulo da China e à diminuição da oferta.