A família fundadora do Magazine Luiza (MGLU3) quer explorar o potencial de capitalização da empresa, discutindo com bancos e investidores, conforme informações do Pipeline, portal de negócios do Valor Econômico. Com esse movimento, as ações da empresa registram forte queda no Ibovespa, liderando as perdas do índice nesta terça-feira (14).

O varejista considera a possibilidade de realizar um aumento de capital privado de aproximadamente R$ 2 bilhões, com os Trajano contribuindo com cerca de metade desse montante. Atualmente, a família detém 56% das ações do Magazine Luiza.

Ainda de acordo com o Pipeline, os bancos sugeriram à empresa que efetive a operação ainda em 2023 ou no início de 2024, embora não haja um prazo definido. O assunto ainda não foi submetido ao conselho.

Durante parte da tarde desta terça-feira, as ações ordinárias do Magazine Luiza (MGLU3) apresentaram recuo de 3,47%, sendo negociadas a R$ 1,67. No período, o Ibovespa registrava alta de 2,08%, atingindo 123.147 pontos.

MGLU3 reverte prejuízo para lucro no terceiro trimestre de 2023

O Magazine Luiza (MGLU3) registrou um lucro líquido de R$ 331,2 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), revertendo o prejuízo de R$ 190,9 milhões no mesmo período do ano anterior.O resultado positivo, conforme detalhado no novo balanço trimestral, é atribuído principalmente à reversão de créditos tributários.

Desconsiderando essa reversão, o Magazine Luiza registra prejuízo de R$ 143,4 milhões no terceiro trimestre de 2023, uma redução de 15,7% em relação ao 3T22. Mesmo com uma receita bruta 1,5% menor em comparação ao 3T22, totalizando R$ 10,5 bilhões, a receita líquida apresenta uma leve queda de 2,6% em base anual, atingindo R$ 8,5 bilhões.

O relatório de resultados destaca o Ebitda ajustado do Magazine Luiza, que encerra o terceiro trimestre de 2023 em R$ 487,5 milhões, ligeiramente inferior ao mesmo período de 2022. A margem Ebitda é de 5,7%, com um pequeno avanço anual de 0,1%.

Magazine Luiza reduz seu patrimônio em R$ 322,1 milhões.

Além disso, o conselho de administração do Magazine Luiza anunciou também um ajuste acumulado no patrimônio líquido da empresa no valor de R$ 829,5 milhões, já líquido de impostos e sem impacto no fluxo de caixa, devido à correção dos lançamentos contábeis refletidos no formulário de informações trimestrais do 3T23.

Neste trimestre, são reconhecidos R$ 688,7 milhões em créditos fiscais de PIS/COFINS relacionados a bonificações dos fornecedores, resultando em um valor líquido de impostos de R$ 507,4 milhões.

Considerando esses ajustes, o patrimônio líquido do Magazine Luiza é reduzido em R$ 322,1 milhões. A apuração conduzida pelo Comitê de Auditoria, Riscos e Compliance da Companhia, pela TozziniFreire Advogados e PricewaterhouseCoopers, concluiu que era improcedente uma denúncia anônima registrada, identificando incorreções em lançamentos contábeis relacionadas ao reconhecimento contábil de bonificações em transações comerciais.