Nesta semana, a Justiça determinou a penhora das ações da Avibras que pertencem à Rocket Bridge. A decisão foi publicada na terça-feira (25) pela 37ª Vara Cível de São Paulo. A Rocket Bridge é uma empresa de João Brasil Carvalho Leite, que é o diretor-presidente da Avibras. Ele possuía 94% das ações da Avibras, mas transferiu a posse para a Rocket Bridge no ano passado.

A decisão foi tomada a pedido do “Fundo de Investimentos Brasil Crédito”, que está cobrando uma dívida de R$ 187 milhões de João Brasil. A Avibras informou que vai recorrer da decisão, afirmando que a penhora das ações não vai atrapalhar a entrada de novos investidores na empresa.

Assembleia e negociações

Na próxima quinta-feira (27), acontecerá uma assembleia geral de credores da Avibras para discutir a situação financeira da empresa e possíveis soluções para a crise. Esse encontro foi solicitado pelo Brasil Crédito, que tem mais de 25% dos créditos da empresa. A assembleia também vai tratar do cumprimento do plano de recuperação judicial e das medidas para recuperar as atividades da Avibras.

O juiz Matheus Amstalden Valarini, da 2ª Vara Cível de Jacareí, determinou a realização da assembleia. Ele disse que há interesse de investidores na Avibras e seus ativos, e esses pontos poderão ser discutidos pelos credores. No entanto, a decisão não estipulou uma data para a assembleia, apenas os temas a serem discutidos, como o andamento do plano de recuperação e as alternativas para a reestruturação da empresa.

A Avibras, por meio de uma nota, afirmou que vai cumprir a decisão judicial e manter a transparência durante o processo de recuperação. A empresa também explicou que a assembleia não vai tomar decisões, mas vai esclarecer a situação da companhia e as soluções propostas. A Avibras segue negociando com investidores para resolver suas pendências financeiras e retomar suas operações.

Desistência do investidor e propostas aos trabalhadores

Em dezembro do ano passado, um investidor brasileiro que estava em negociação para comprar a Avibras desistiu do negócio. Ele alegou que as condições essenciais para o fechamento do acordo não foram cumpridas dentro do prazo. A Avibras explicou que o fechamento dependia de vários fatores, e nem todas as condições foram atendidas no prazo acordado.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos também condicionou a votação da proposta dos investidores à conclusão da compra da empresa, para não gerar falsas expectativas entre os trabalhadores. A proposta dos investidores incluía estabilidade no emprego até abril de 2025, extensão de benefícios até 2026 e pagamento de salários atrasados, incluindo 13º salário e abono de R$ 4 mil para os trabalhadores que voltassem ao trabalho.

A proposta detalhava também o parcelamento dos salários atrasados de acordo com a faixa salarial dos trabalhadores, com pagamentos variando de 1 a 13 parcelas. Além disso, estavam previstas multas para corrigir salários e benefícios atrasados, com pagamentos a serem feitos em fevereiro e março de 2026. A Avibras informou que esses valores seriam repassados aos trabalhadores de forma individualizada.

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.