Inflação em 2026 sobe pela 7ª semana consecutiva, aponta Boletim Focus
O Boletim Focus do Banco Central apontou um novo aumento na projeção da inflação para 2026, marcando a sétima semana consecutiva de alta, agora estimada em 4,30%

A projeção de inflação para 2026 voltou a subir, marcando a sétima alta consecutiva, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (10). A expectativa passou de 4,28% para 4,30%, enquanto a estimativa para 2025 também foi revisada para cima, avançando de 5,51% para 5,58%.
O relatório, que reúne projeções de instituições financeiras e economistas do mercado, sinaliza um cenário de maior pressão inflacionária, o que pode impactar as decisões de política monetária do Banco Central e a estratégia econômica do governo.
Inflação em alta e impacto na economia
O aumento das expectativas inflacionárias reflete um cenário desafiador para a economia brasileira. A persistência desse movimento pode dificultar a convergência da inflação para as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nos próximos anos.
Além das projeções para 2025 e 2026, o relatório também atualizou as estimativas para os anos seguintes:
- 2027: manteve-se em 3,90%;
- 2028: subiu de 3,74% para 3,78%.
Os preços administrados dentro do IPCA – que incluem tarifas de energia elétrica, combustíveis e transporte público – também seguem pressionados. A estimativa para 2025 subiu de 4,85% para 4,90%, acumulando nove semanas de alta. Já para 2026, a projeção passou de 4,19% para 4,20%.
Outro indicador relevante, o IGP-M, utilizado para reajuste de contratos como aluguéis, manteve as seguintes projeções:
- 2025: 5,03%;
- 2026: 4,50%;
- 2027 e 2028: 4,00%.
O avanço da inflação pode impactar diretamente o poder de compra da população, além de influenciar a condução da política monetária nos próximos anos.
Selic e dólar mantêm estabilidade
Apesar do aumento na inflação projetada, a taxa Selic permaneceu estável em 15% para 2025, sem alterações há cinco semanas. Esse patamar elevado reflete o esforço do Banco Central em conter a escalada dos preços por meio de juros mais altos, o que reduz o consumo e o crédito.
Para os anos seguintes, as projeções da taxa básica de juros são:
- 2026: 12,50%;
- 2027: revisada de 10,38% para 10,50%;
- 2028: mantida em 10% há sete semanas.
No mercado cambial, o dólar projetado para 2025 permaneceu em R$ 6,00, sem variações nas últimas semanas, indicando uma expectativa de relativa estabilidade no câmbio, apesar das incertezas externas e internas.
Projeção do PIB tem leve queda
Além das expectativas inflacionárias, o Boletim Focus trouxe uma leve revisão para baixo na projeção do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa para 2025 caiu de 2,06% para 2,03%, refletindo uma possível desaceleração do crescimento econômico.
Para os anos seguintes, as projeções de crescimento foram as seguintes:
- 2026: caiu de 1,72% para 1,70%;
- 2027: manteve-se em 1,96%;
- 2028: permaneceu em 2% há 48 semanas.
A redução na expectativa de crescimento econômico pode estar relacionada ao impacto dos juros elevados, que afetam o consumo e os investimentos, além das incertezas fiscais e do cenário externo.
Perspectivas e desafios para a economia brasileira
O cenário econômico brasileiro segue desafiador, com a inflação persistente e o crescimento econômico mais lento. A manutenção dos juros elevados busca conter a alta dos preços, mas pode dificultar a retomada da atividade econômica.
As próximas edições do Boletim Focus serão fundamentais para avaliar se essa tendência inflacionária continuará e como o Banco Central responderá a esse desafio. O mercado segue atento às sinalizações da autoridade monetária e às decisões do governo para manter a estabilidade econômica nos próximos anos.