Durante o primeiro semestre de 2023, a indústria de Fiagros, que consiste em fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais, experimentou um notável crescimento e consolidação. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as emissões desses fundos totalizaram R$ 4,7 bilhões.

O montante representa um aumento de 50,4% em comparação ao registrado no primeiro semestre de 2022, que foi de R$ 3,1 bilhões, apesar do cenário arriscado de crédito e da volatilidade na Bolsa de Valores. Em relação à captação líquida, que é a diferença entre os investimentos e os resgates, o valor alcançado foi de R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre, superando o valor do mesmo período em 2022, que foi de R$ 1 bilhão.

Além disso, o patrimônio líquido dos Fiagros apresentou um crescimento constante e atingiu R$ 13,8 bilhões no final de junho. No mesmo mês do ano anterior, o patrimônio era de R$ 5,2 bilhões.

Segundo Sergio Cutolo, vice-presidente da Anbima, desde janeiro os Fiagros têm se destacado em relação a outras classes de ativos híbridos e de renda fixa. Ele atribui esse resultado ao papel crucial que o mercado de capitais desempenha no financiamento do agronegócio, um setor cada vez mais relevante para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Vale ressaltar que, de janeiro a junho, os Fiagros consistentemente proporcionaram um retorno médio em dividendos (dividend yield) superior ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é o principal indicador da renda fixa, alcançando mais de 1% ao mês.

Os meses de janeiro e abril se destacaram, com um dividend yield médio dos Fiagros de 1,62% e 1,63%, respectivamente, considerando o ajuste de tributação, o que permite a comparação de investimentos com e sem isenção de impostos.

Fiagros arrecadam R$ 211,3 milhões em ofertas públicas no mês de junho

No levantamento realizado até o final de junho, os fiagros conseguiram arrecadar um total de R$ 211,3 milhões através de ofertas públicas. Esses recursos foram distribuídos entre cinco fundos, sendo três deles da categoria Fiagro-FII, que seguem a estrutura de fundos imobiliários, e os outros dois foram de direitos creditórios (Fiagro-FIDC).

Durante o primeiro semestre, dos 24 fundos registrados, 18 deles foram Fiagros-FII. Além disso, houve cinco Fiagros-FIDC e um Fiagro-FIP. Já em termos de captação líquida, o resultado foi positivo, totalizando R$ 57,5 milhões, considerando os investimentos realizados e os resgates feitos.

No que diz respeito às ofertas públicas realizadas em junho, as pessoas físicas representaram 39% do total, enquanto os fundos de investimento corresponderam a 11,9%. É importante destacar a participação significativa de intermediários e outros participantes, que alcançaram 48,6%.

Ao longo do primeiro semestre, as pessoas físicas dominaram as ofertas, com uma participação de 77,3%. Em relação à indústria de fiagros como um todo, de acordo com o Boletim da B3, o número de investidores PF que possuem cotas em fiagros é de 307.666.

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Equipe MI

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