Brasil aumenta importação de bens duráveis em 53% em 2024
O Brasil registrou um aumento de 53,4% nas importações de bens duráveis entre janeiro e novembro de 2024, impulsionado principalmente pela alta demanda por carros elétricos da China.
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                    O Brasil registrou um expressivo aumento de 53,4% nas importações de bens de consumo duráveis entre janeiro e novembro de 2024, quando comparado ao mesmo período de 2023. Este crescimento significativo é impulsionado principalmente pela alta nas compras de carros elétricos da China, destacando a tendência crescente de transição para veículos mais sustentáveis no país. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), que também apontou como esse aumento nas importações impactou a balança comercial e o superávit do Brasil.
O que impulsionou o aumento nas importações de bens duráveis?
O grande responsável pelo crescimento nas importações de bens duráveis foi, sem dúvida, a alta demanda por carros elétricos fabricados na China. O pico nas compras ocorreu em junho de 2024, quando as importações de veículos elétricos cresceram impressionantes 320% em relação ao mesmo mês de 2023. Esse fenômeno reflete a crescente preferência do consumidor brasileiro por carros mais ecológicos e econômicos, além da oferta cada vez maior de modelos chineses a preços competitivos.
O aumento das importações de carros elétricos faz parte de um movimento global em direção à redução das emissões de carbono e ao aumento da eficiência energética. Para o Brasil, o setor de veículos elétricos representa uma grande oportunidade de inovação tecnológica, alinhando-se às tendências globais de sustentabilidade. As importações de carros elétricos da China também estão se beneficiando de acordos comerciais mais flexíveis, o que torna esses modelos mais acessíveis ao consumidor brasileiro.
Expansão nas importações de outros bens de consumo e bens de capital
Além dos carros elétricos, o Brasil também experimentou crescimento nas importações de outras categorias de bens, como bens de capital e bens intermediários. Os bens de capital, itens essenciais para investimentos na indústria, tiveram um aumento de 23,8% no volume importado entre janeiro e novembro de 2024. Esse crescimento sugere um cenário positivo para o setor produtivo, com sinais de retomada de investimentos em infraestrutura e maquinário no Brasil.
Da mesma forma, as importações de bens intermediários, que são usados como insumos na produção de outros bens, aumentaram 14,5%. Este aumento é um reflexo de uma possível expansão na capacidade produtiva nacional, com a demanda por insumos industriais subindo conforme a produção aumenta.
Além disso, o Brasil viu um aumento nas importações de bens de consumo semiduráveis (+27,7%) e não duráveis (+10,0%), indicando um crescimento contínuo no consumo interno, apesar dos desafios econômicos que o país enfrenta. Esses dados são relevantes para entender o comportamento do mercado consumidor brasileiro, que continua a se expandir, mesmo diante de um ambiente inflacionário.
Impactos na balança comercial do Brasil
O crescimento das importações teve um impacto direto na balança comercial do Brasil. Aumentando suas compras no exterior, o país viu uma redução no superávit da balança comercial em 2024. Entre janeiro e novembro de 2024, o superávit foi de US$ 69,9 bilhões, o que representa uma queda de US$ 19,4 bilhões em comparação com o mesmo período de 2023.
Apesar disso, a corrente de comércio do Brasil, que inclui tanto as importações quanto as exportações, aumentou para US$ 554,7 bilhões, superando em US$ 22,8 bilhões os números de 2023. A balança comercial, embora mais equilibrada, continua positiva, e as exportações brasileiras continuam a crescer, apesar do aumento das importações.
Expectativas para o superávit da balança comercial em 2024
A FGV estima que o Brasil deverá fechar o ano de 2024 com um superávit comercial entre US$ 74 bilhões e US$ 78 bilhões. As expectativas não indicam grandes mudanças no cenário das exportações e importações, o que sugere que o país manterá sua trajetória de crescimento nas transações internacionais.
No que diz respeito às exportações, o Brasil continua a diversificar seus mercados, com destaque para o aumento das vendas para os Estados Unidos e União Europeia. As exportações para os EUA cresceram 10,7%, enquanto para a União Europeia houve um aumento de 5,7%. A China, embora ainda seja o principal destino das exportações brasileiras, viu uma redução em sua participação no total, refletindo um maior dinamismo de outros mercados.
Desempenho das exportações brasileiras e o papel da China
Embora a China continue sendo o principal parceiro comercial do Brasil, sua participação nas exportações brasileiras diminuiu ao longo de 2024. Em contrapartida, as exportações para os Estados Unidos e a União Europeia aumentaram, mostrando uma diversificação da base de clientes para os produtos brasileiros. O superávit com a China, de US$ 31,0 bilhões, representa 44,3% do saldo acumulado da balança comercial até novembro de 2024, mas a dinâmica das trocas comerciais está em constante evolução.