Carros Elétricos no Brasil: Quais os Impactos na Economia?

A economia verde toma conta do Brasil, e com ela, a busca por alternativas mais sustentáveis no setor automotivo. Carros elétricos e híbridos ganham espaço, impulsionados pela crescente consciência ambiental e políticas públicas que incentivam a compra de veículos mais limpos.

Segundo um estudo da Bright Consulting, os veículos eletrificados (híbridos e 100% elétricos) representarão 58% do mercado brasileiro em 2030. Isso sugere as ações de energia e a produção de energia renovável precisará aumentar para atender a essa demanda crescente. Mas quais os impactos dessa transição na economia do país?

A seguir, o Melhor Investimento explora em detalhes o papel desses carros no cenário econômico brasileiro. Analisamos desde a influência na indústria automobilística até os efeitos em setores como energia, infraestrutura e emprego. Continue lendo!

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O que é carro elétrico?

Um carro elétrico é um veículo que usa um ou mais motores elétricos para propulsão, em vez dos tradicionais motores de combustão interna que queimam combustíveis fósseis, como gasolina ou diesel. Eles são alimentados por baterias recarregáveis e não emitem poluentes, já que não possuem escapamentos.

Outro fato é que o carro elétrico é mais silencioso do que os carros a combustão. A energia para propulsão é armazenada dentro de uma bateria e o carro a utiliza para se mover, e alguns carros elétricos também usam o sistema de hidrogênio. Ao reduzir a velocidade, o motor elétrico transforma energia do movimento em energia elétrica, recarregando a bateria.

O que é carro híbrido?

Um carro híbrido é um veículo que tem dois ou mais tipos de motores para sua propulsão. Geralmente, esses carros combinam um motor a combustão interna com um motor elétrico. A ideia é usar a eficiência do motor elétrico nas situações em que o motor a combustão seria ineficiente, e vice-versa. Isso proporciona uma economia de combustível e redução de emissões em comparação com os carros convencionais.

Além disso, os carros híbridos também contam com sistemas para recarregar a bateria do motor elétrico, como a regeneração de energia durante a frenagem.

Diferenças entre carros elétricos e híbridos atualmente

Os carros elétricos e híbridos são duas tecnologias que oferecem alternativas aos combustíveis fósseis, mas existem diferenças significativas entre elas.

Carros elétricos

Se movem exclusivamente por energia elétrica;
A energia é fornecida por uma bateria que é recarregada em pontos de recarga;
Não emitem gases do efeito estufa e os motores são mais silenciosos;
A autonomia varia de modelo para modelo, mas geralmente ainda não se aproxima da capacidade oferecida pelos carros movidos a gasolina ou diesel;
Encontrar estações de recarga pode ser um desafio, especialmente no Brasil;
Geralmente são mais caros em comparação com as opções movidas a gasolina.

Carros híbridos

Possuem um motor convencional movido a combustão e um motor elétrico;
A bateria é recarregada pela energia cinética gerada com a movimentação do automóvel;
O motorista aciona o motor elétrico para movimentar o carro por curtas distâncias e em velocidades mais baixas;
Alguns modelos híbridos possuem uma bateria maior e podem ser recarregados em uma estação de recarga (conhecidos como híbridos plug-in);
Embora utilizem combustíveis, os modelos híbridos ajudam a reduzir a emissão de gases poluentes;
No entanto, eles não são neutros em termos de emissões como os carros elétricos.

Ambas as tecnologias têm suas vantagens e desvantagens, e a escolha entre um carro elétrico e um híbrido dependerá das necessidades individuais do motorista. Por exemplo, os carros elétricos são ideais para quem busca uma opção de emissão zero e tem acesso a infraestrutura de recarga, enquanto os carros híbridos podem ser mais adequados para aqueles que precisam de maior autonomia e flexibilidade.

Redução da dependência de combustíveis fósseis

A redução da dependência de combustíveis fósseis é uma das principais vantagens dos carros elétricos e híbridos.

Os carros elétricos operam sem a queima de combustíveis fósseis e ajudam a diminuir as emissões de gases de efeito estufa e os níveis de dióxido de carbono (CO₂), assim como outros poluentes atmosféricos.

Além disso, a transição para carros elétricos resulta em uma redução na dependência de combustíveis fósseis. Ao invés de combustíveis fósseis limitados e perigosos, os carros elétricos abrem caminho para uma fonte de energia renovável e segura. Essa mudança não só reduz nossa dependência desses recursos finitos, como também minimiza os riscos relacionados à sua extração e transporte.

Nas cidades, a adoção em larga escala dos carros elétricos pode transformar a paisagem urbana, trazendo consigo uma melhoria na qualidade do ar.

Com emissões mais baixas, os veículos híbridos elétricos têm emissões de gases de efeito estufa em seu ciclo de vida 14% mais baixas que as dos veículos a combustão interna quando consomem a mesma proporção de gasolina C e etanol. Os carros híbridos podem operar tanto com combustível fóssil quanto com eletricidade, o que pode ajudar a reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Além disso, a interligação entre veículos elétricos e energia renovável desempenha um papel importante na transição para um sistema de transporte mais sustentável, ajudando a reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Consumidores podem carregar carros elétricos com energia proveniente de fontes renováveis, como a energia solar, eólica, hidroelétrica e até mesmo biomassa. Isso não só reduz a dependência de combustíveis fósseis, mas também contribui diretamente para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.

Aumento da produção de energia renovável

O aumento da produção de energia renovável é importante para a implementação eficaz de carros elétricos e híbridos. Isso não apenas ajuda a reduzir a dependência de combustíveis fósseis, mas também contribui para a sustentabilidade ambiental e a segurança energética.

De acordo com a Bloomberg New Energy Finance, carros e ônibus elétricos apresentarão um acréscimo modesto na demanda global de energia elétrica até 2040, equivalente a 6%. Isso implica que o aumento da produção de energia renovável pode atender a essa demanda adicional sem sobrecarregar a rede elétrica.

Além disso, a expansão da eletromobilidade acarretará uma queda significativa no uso de combustíveis fósseis. Até 2030, serão consumidos menos 8 bilhões de litros de gasolina (12% da demanda atual) e 6 bilhões de diesel (10% da demanda atual), de acordo com uma projeção realizada pela Strategy&.

Os investimentos em instalação de energia renovável, construção de sistemas de produção de hidrogênio, novas tecnologias e a compra de veículos elétricos aumentaram 17% em 2023, segundo relatório da BloombergNEF. Isso indica um compromisso crescente com a energia renovável no contexto dos carros elétricos e híbridos.

O aumento da frota de carros elétricos no Brasil pode contribuir com a descarbonização, mas impõe desafios ao setor de energia. O setor de energia precisa estar atento aos reflexos do aumento de demanda provocado pela mobilidade elétrica.

Novas oportunidades de emprego

A transição para carros elétricos e híbridos está criando novas oportunidades de emprego em várias áreas. Estima-se que a transição para a mobilidade elétrica aumentará o nível de emprego em 6% até 2030, segundo o “As transformações do ecossistema automotivo italiano” realizado por Motus-E e CAMI (Centro de Inovação Automotiva e de Mobilidade do Departamento de Gestão da Universidade Ca ‘Foscari de Veneza).

O aumento da frota de carros elétricos no Brasil pode contribuir com a descarbonização, mas impõe desafios ao setor de energia. Isso cria oportunidades para profissionais especializados em energia renovável e infraestrutura de recarga.

A produção de carros elétricos e híbridos requer novas habilidades e competências de manufatura de veículos, incluindo a fabricação de baterias de alta capacidade, motores elétricos e sistemas de gerenciamento de energia.

Os carros elétricos e híbridos têm requisitos de manutenção diferentes dos veículos a combustão, criando oportunidades para mecânicos e técnicos especializados em veículos elétricos.

Além disso, montadoras equipam carros elétricos e híbridos com frequência com sistemas avançados de assistência ao motorista e conectividade, criando assim demanda por desenvolvedores de software e engenheiros de sistemas. Já a expansão da infraestrutura de recarga para veículos elétricos cria empregos na instalação e manutenção de estações de recarga.

Outro fato importante é que há uma demanda crescente por pesquisa e desenvolvimento para melhorar a eficiência das baterias, aumentar a autonomia dos veículos elétricos e reduzir os custos.

Choque na economia: demanda global por petróleo e gás

A crescente adoção de carros elétricos e híbridos está começando a ter um impacto significativo na demanda global por petróleo.

A eletrificação de veículos está prestes a desencadear uma mudança significativa na demanda mundial por petróleo, com efeitos tangíveis já a partir deste ano.
O Citi prevê uma queda no consumo de petróleo, com um declínio ainda mais acentuado em 2025. Nessa época, os carros elétricos podem substituir até 500 mil barris de petróleo por dia.
A projeção do Citi aponta para um crescimento mais moderado da demanda global por petróleo em 2024, estimado em 1,3 milhão de barris/dia, em comparação com os 1,9 milhão de barris/dia registrados em 2023.
De acordo com analistas, a desaceleração da economia tem causas duplas: a fragilidade do cenário global e a rápida mudança para fontes de energia mais limpas, com destaque para a eletrificação e a busca por maior eficiência.
Em 2025, o banco espera um salto nas vendas de carros elétricos e híbridos, chegando a 30 milhões de unidades. Esse crescimento será impulsionado principalmente por mercados emergentes e pela Europa, enquanto os EUA, apesar de apresentarem um ritmo mais lento, também registrarão números consideráveis.

Essas mudanças indicam que a demanda global por combustíveis fósseis está ingressando em um período de desafios crescentes, abrindo caminho para uma transição energética mais sustentável. No entanto, é importante notar que, apesar das projeções promissoras para os veículos elétricos, a infraestrutura de recarga ainda não deve ser um impedimento significativo para a demanda desses veículos em 2024 e 2025.

Desvantagens de carros elétricos e híbridos: preço x estrutura

Os carros elétricos e híbridos têm várias vantagens, mas também apresentam algumas desvantagens, principalmente em relação ao preço e à infraestrutura:

Carros elétricos

Desvantagens	Por quê?
Preço	Os carros elétricos tendem a ser mais caros do que os carros a combustão interna. Embora os custos estejam diminuindo à medida que a tecnologia melhora, o preço inicial ainda pode ser um obstáculo para muitos compradores.
Infraestrutura de recarga	A infraestrutura de recarga ainda é limitada em muitas áreas, o que pode tornar o uso de um carro elétrico inconveniente. Além disso, o tempo necessário para recarregar a bateria de um carro elétrico é geralmente mais longo do que o tempo necessário para reabastecer um carro a gasolina.

Carros híbridos

Desvantagens	Por quê?
Preço	Assim como os carros elétricos, os carros híbridos também tendem a ser mais caros do que os carros a combustão interna. Isso se deve ao fato de que eles possuem dois sistemas de propulsão – um motor a gasolina e um motor elétrico.
Complexidade	Os carros híbridos são mais complexos do que os carros a combustão interna, o que pode levar a custos de manutenção mais altos. Além disso, a vida útil da bateria e o desempenho podem diminuir com o tempo.
Espaço interior	Alguns modelos híbridos podem ter um espaço interior reduzido devido à colocação das baterias.

Essas desvantagens são compensadas por benefícios como maior eficiência de combustível, redução das emissões de gases de efeito estufa e, no caso dos carros elétricos, operação de baixo custo. No entanto, é importante que os compradores considerem esses fatores ao tomar uma decisão de compra.

Veículos bioelétricos, impostos e alíquota do IPI

Os veículos bioelétricos no Brasil estão sujeitos a impostos que foram retomados em 2024. A cobrança de impostos sobre carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in será gradual, atingindo o patamar de 35% em julho de 2026. Confira o cronograma de impostos para veículos elétricos a seguir:

Janeiro de 2024: 10%
Julho de 2024: 18%
Julho de 2025: 25%
Julho de 2026: 35%

Para veículos híbridos e híbridos plug-in, as alíquotas variam de maneira diferente. Além disso, haverá um período de transição com a liberação de cotas para compras do exterior com isenção. Mesmo com a retomada da taxação, as montadoras ainda terão uma cota para importar modelos eletrificados livres de impostos.

Carros elétricos mais procurados no Brasil

Os carros elétricos mais vendidos no Brasil em março de 2024 foram:

BYD Dolphin Mini: 2.469 unidades vendidas;
BYD Dolphin: 1.707 unidades vendidas;
GWM Ora 03: 608 unidades vendidas;
BYD Seal: 350 unidades vendidas;
BYD Yuan Plus: 224 unidades vendidas;
JAC E-JS1: 194 unidades vendidas;
Volvo C40: 124 unidades vendidas;
Renault Kwid E-Tech: 119 unidades vendidas;
Volvo XC40: 84 unidades vendidas;
BMW iX xDrive30: 55 unidades vendidas.

Esses números são baseados nos dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). É interessante notar que a lista é dominada por marcas chinesas, como o carro BYD e GWM, mas também inclui marcas europeias, como Volvo e BMW. O carro elétrico BYD é o que mais chama a atenção dos brasileiros.

Afinal, carros elétricos e híbridos são positivos para a economia?

Os carros elétricos estão impulsionando a economia global, incluindo a brasileira, de várias maneiras. Eles estão promovendo investimentos em inovação, transformações nas indústrias relacionadas e a criação de empregos. Além disso, a infraestrutura de recarga para veículos elétricos está exigindo investimentos significativos, o que também está impulsionando a economia.

No entanto, um estudo conduzido pela LCA Consultores e a MTempo Capital alertou que os veículos elétricos puros podem levar a perdas de R$ 597 bilhões em empregos, R$ 678 bilhões em impostos e um declínio no PIB que ultrapassa R$ 1,8 bilhão.

Um dos principais desafios para os carros elétricos no Brasil é a dependência de importação de peças importantes, como baterias e componentes eletrônicos. Isso encarece o preço final do veículo e o torna mais vulnerável às oscilações cambiais. A solução a longo prazo seria a criação de uma cadeia produtiva nacional para esses itens, o que poderia reduzir custos e aumentar a competitividade dos carros elétricos brasileiros.

Os carros híbridos também têm um impacto positivo na economia brasileira. Eles estão promovendo um acréscimo de mais de R$ 1 trilhão em empregos, além de adicionar R$ 877 bilhões ao PIB e R$ 318 bilhões em impostos. Além disso, os carros híbridos são considerados mais econômicos em termos de consumo de combustível.

Tanto os carros elétricos quanto os híbridos têm o potencial de impulsionar a economia brasileira, mas cada um apresenta seus próprios desafios e oportunidades. A escolha entre um e outro pode depender de vários fatores, incluindo políticas governamentais, infraestrutura disponível, custos e preferências dos consumidores.

Previsão de futuro no PIB para carros elétricos e híbridos

Uma pesquisa realizada pela LCA Consultores e a MTempo Capital, que analisa os impactos de cada tecnologia entre 2020 e 2050, aponta para um cenário promissor com carros híbridos, impulsionando o PIB em R$ 2,3 trilhões. No outro extremo, os elétricos puros podem gerar um rombo de R$ 5 trilhões no mesmo período.

Mas por que essa discrepância? A resposta reside na natureza híbrida dos veículos, que combinam motores a combustão e elétricos. Essa sinergia gera uma série de benefícios:

A alta demanda por componentes nacionais impulsiona a criação de novos postos de trabalho, gerando mais de R$ 1 trilhão em renda para os brasileiros.
O aumento da produção e da atividade econômica gera um incremento na arrecadação de impostos, estimada em R$ 318 bilhões até 2050.
A combinação desses fatores impulsiona o PIB em R$ 877 bilhões, fortalecendo a economia nacional.

Já os elétricos puros, apesar de serem mais caros, não agregam tanto valor na produção. A falta de uma cadeia produtiva nacional para fabricar baterias e componentes críticos limita o impacto positivo na economia.

O estudo destaca que a nacionalização da produção de baterias e componentes para veículos elétricos pode reduzir o impacto negativo no futuro. No entanto, essa mudança exige investimentos significativos e um planejamento estratégico a longo prazo.

Enquanto isso, os carros híbridos no Brasil prometem um futuro próspero e sustentável. Essa tecnologia oferece benefícios imediatos para a economia e o mercado de trabalho, pavimentando o caminho para uma transição energética mais suave e eficaz.

Resumindo

Qual é o carro elétrico mais barato no brasil?

Atualmente, o carro elétrico mais barato no Brasil é o Renault Kwid E-Tech, que custa aproximadamente R$ 99.990.

Qual é o carro híbrido mais barato no Brasil?

Quanto aos carros híbridos, o mais barato disponível no Brasil é o Hyundai Kona Hybrid, com preço de cerca de R$ 169.990.

Como carregar carros elétricos no Brasil?

Existem várias maneiras de carregar um carro elétrico no Brasil. Você pode carregar em casa usando uma tomada comum de 220V e 20A, que é aterrada por segurança. Este método se chama “carregamento emergencial” e pode levar até 20 horas para carregar completamente a bateria.

Outra opção é instalar um carregador de parede, também conhecido como Wallbox, que pode custar cerca de R$ 7 mil. Este tipo de carregamento utiliza corrente alternada (CA) e pode levar de 2 a 12 horas para carregar uma bateria completamente.

Além disso, existem pontos de recarga públicos e semipúblicos disponíveis em todo o Brasil, principalmente em São Paulo. Esses carregadores estão geralmente localizados em pontos públicos, como shoppings e supermercados. Você pode encontrar esses pontos de recarga usando aplicativos como o PlugShare ou o Google Maps.