O Ibovespa registrou leve alta nesta sexta-feira (21), encerrando uma semana de forte recuperação impulsionada pela valorização das ações da Petrobras (PETR4) e o alívio nos mercados externos. O principal índice da bolsa brasileira subiu 0,30%, alcançando os 132.344,88 pontos. No acumulado da semana, a alta foi de 2,63%, sinalizando um momento positivo para o mercado doméstico mesmo diante das incertezas políticas e econômicas.

Paralelamente, o dólar à vista avançou 0,49% no dia, fechando cotado a R$ 5,7177. Ainda assim, a moeda norte-americana acumulou a terceira semana seguida de queda frente ao real, com recuo de 0,45% nos últimos cinco pregões.

Petrobras (PETR4) impulsiona o Ibovespa em semana de fortes oscilações

A alta da Petrobras (PETR4) foi um dos principais fatores de sustentação do Ibovespa. Os papéis da petroleira subiram mais de 1% nesta sexta-feira, acompanhando a valorização dos preços do petróleo no mercado internacional. A performance da companhia ajudou o índice a superar o cenário de volatilidade causado pelo vencimento de opções e pelo compasso de espera dos investidores diante das decisões de política monetária.

Além da Petrobras, a Vale (VALE3) também contribuiu para o desempenho positivo do Ibovespa ao recuperar parte das perdas recentes e encerrar o dia com leve alta. Esse movimento ajudou a equilibrar o peso negativo de algumas empresas que divulgaram resultados financeiros abaixo do esperado.

No setor corporativo, o destaque negativo ficou com a Automob (AMOB3), que liderou as perdas do dia após divulgar um prejuízo líquido de R$ 101 milhões no quarto trimestre de 2024, revertendo um pequeno lucro do ano anterior. As ações da companhia caíram mais de 13%.

Outro destaque de queda foi a Cemig (CMIG4), que viu seu lucro líquido recuar quase 50% no período, totalizando R$ 998 milhões. Já a Petz (PETZ3) também figurou entre as maiores baixas, após registrar um prejuízo de R$ 43,1 milhões, contra lucro de R$ 5,1 milhões no mesmo trimestre de 2023.

Apesar disso, Brava Energia (BRAV3) surpreendeu positivamente, mesmo com o prejuízo pró-forma de R$ 1,02 bilhão. A empresa, fruto da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, atraiu atenção do mercado após o BTG Pactual destacar que o último trimestre pode ter sido um ponto de inflexão para a nova companhia, que tem potencial de valorização.

Mercado monitora decisão do Copom e cenário de juros

O cenário doméstico segue influenciado pelas expectativas em torno das próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). A elevação da Selic para 14,25% ao ano, anunciada na quarta-feira (19), trouxe cautela ao mercado financeiro, especialmente pelo tom do comunicado que sinalizou uma nova alta da taxa básica na reunião de maio.

A ata da reunião, prevista para a próxima semana, é aguardada com atenção pelos investidores, que buscam entender os próximos passos da política monetária diante do atual cenário econômico. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se manifestou nesta sexta-feira, afirmando esperar uma mudança na condução dos juros pelo Banco Central, considerando o momento econômico e social do país.

Essa expectativa sobre os rumos da Selic impacta diretamente setores sensíveis aos juros, como varejo e construção civil, além de manter o mercado atento à inflação e ao crescimento econômico.

Bolsas americanas oscilam em meio a vencimentos e fala de autoridades

No cenário externo, o dia foi marcado pelo chamado “quadruple witching” em Wall Street — quando vencem simultaneamente contratos futuros e opções sobre ações e índices —, o que contribuiu para oscilações nos mercados.

Apesar da volatilidade, os principais índices de Nova York conseguiram fechar em alta moderada:

  • Dow Jones: +0,08% aos 41.985,35 pontos
  • S&P 500: +0,08% aos 5.667,56 pontos
  • Nasdaq: +0,52% aos 17.784,05 pontos

Na semana, o S&P 500 interrompeu uma sequência de quatro semanas de quedas e conseguiu um leve ganho.

Além dos vencimentos, os investidores repercutiram as declarações do presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, que destacou ser cedo para avaliar o impacto das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump. Williams alertou para os riscos crescentes à economia, mas reforçou que o Fed terá tempo para definir a trajetória dos juros americanos.

O presidente Donald Trump confirmou que as tarifas recíprocas começam a valer em 2 de abril, mas indicou que pode haver “flexibilidade” na aplicação das medidas, o que trouxe certo alívio aos mercados.

Resumo da semana e perspectivas

A semana foi marcada por forte volatilidade, mas o Ibovespa conseguiu encerrar com saldo positivo, acumulando alta de 2,63%. A recuperação dos preços do petróleo, a resiliência das commodities e a expectativa por definições sobre a política monetária doméstica deram fôlego ao índice.

O dólar, apesar da alta no último pregão, manteve a tendência de queda semanal, refletindo um cenário de fluxo positivo de recursos para o Brasil, principalmente em busca de ativos atrelados a juros mais altos.

Para a próxima semana, os investidores permanecem atentos à divulgação da ata do Copom e ao noticiário internacional, que segue monitorando os desdobramentos das medidas protecionistas dos Estados Unidos e o posicionamento do Federal Reserve.

Maiores altas do Ibovespa hoje (21)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
MRFG3+6.80%R$ 18,21
BRAV3+5.57%R$ 19,33
HYPE3+3.93%R$ 20,38
LREN3+3.59%R$ 12,42
VAMO3+3.07%R$ 4,37

Maiores quedas do Ibovespa hoje (21)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
AMOB3-10.00%R$ 0,27
CMIG4-4.85%R$ 10,80
PETZ3-4.30%R$ 4,23
ENEV3-3.63%R$ 12,22
MRVE3-3.62%R$ 5,06

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa132.345+390+0,30%
🇧🇷 USD/BRL5,7261+0,0472+0,83%
🇺🇸 S&P 5005.667,44+4,55+0,08%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.