O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o dia com uma nova queda de 0,41%, atingindo 134.353,48 pontos. Esse é o quarto dia consecutivo de perdas, totalizando uma redução de 552,59 pontos no período, e acumulando um recuo de 2,7 mil pontos nas últimas sessões. A tendência negativa do Ibovespa, mesmo com um PIB surpreendentemente positivo, reflete a influência das commodities e a turbulência nos mercados globais.

Desempenho do Ibovespa e commodities

A queda do Ibovespa foi impulsionada principalmente pelo setor de commodities. A Vale (VALE3) viu suas ações despencarem 3,73%, reflexo da baixa contínua nos preços do minério de ferro, exacerbada por problemas no setor imobiliário da China. Petrobras (PETR4) também enfrentou uma queda de 1,21%, acompanhando a redução do preço do petróleo, que atingiu seu menor nível desde dezembro do ano passado. O setor de petróleo foi amplamente afetado, com PRIO (PRIO3) e 3R (RRRP3) sofrendo quedas significativas de 5,16% e 5,28%, respectivamente. Além disso, as ações das frigoríficas como BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) também mostraram perdas.

PIB brasileiro surpreende positivamente

Em contraste com o desempenho do mercado, o PIB brasileiro para o segundo trimestre de 2024 apresentou um crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior e 3,3% na comparação anual. Esse crescimento superou as expectativas e sugere uma recuperação econômica robusta. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o governo pode revisar sua previsão oficial de crescimento para 2024, atualmente estimada em 2,5%, para algo acima de 2,7% ou 2,8%. Essa revisão poderia impactar as previsões de arrecadação tributária, embora Haddad tenha alertado que a aceleração econômica pode pressionar a inflação se a capacidade instalada do país não acompanhar o ritmo de crescimento.de energia no atual cenário econômico.

Maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira (03)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
AZUL4+10.20%R$ 4,86
IRBR3+5.35%R$ 51,96
CRFB3+3.59%R$ 9,23
STBP3+2.83%R$ 13,43
BRKM5+2.38%R$ 18,52

Maiores quedas do Ibovespa nesta terça-feira (03)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
RRRP3-5.28%R$ 25,47
PRIO3-5.16%R$ 44,30
PCAR3-4.21%R$ 2,96
BRAP4-3.86%R$ 18,42
VALE3-3.73%R$ 56,55

Desempenho dos mercados internacionais

Os mercados internacionais também estiveram em baixa. Em Wall Street, os principais índices enfrentaram perdas acentuadas: o Nasdaq caiu 3,26%, o S&P 500 recuou 2,11% e o Dow Jones diminuiu 1,51%. O aumento no VIX, que mede a volatilidade do mercado, subiu mais de 30%, refletindo o nervosismo dos investidores. Esse cenário de cautela global foi impulsionado pelas expectativas em relação ao payroll dos EUA e pelos dados do PMI Industrial, que indicam uma retração na atividade econômica.

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
  🇧🇷 Bovespa134,353.48−552,580.41
  🇧🇷 USD/BRL5,6440+0,0278+0,49
  🇺🇸 S&P 5005.528,93-119,47-2,12

Expectativas para a política monetária dos EUA

Os investidores estão ansiosos pelo próximo encontro do Federal Reserve, marcado para 18 de setembro. Há uma expectativa crescente de um possível corte de juros, com a maioria dos analistas apostando em uma redução de 25 pontos-base. No entanto, alguns especulam sobre um corte mais agressivo de 50 pontos-base, após a divulgação de dados mais fracos dos setores industrial e de construção nos EUA.

Variação do dólar

No mercado de câmbio, o dólar comercial subiu 0,48%, fechando o dia a R$ 5,64. Esse movimento também foi refletido no índice DXY, que mede a força do dólar em relação a outras moedas e teve uma leve alta de 0,13%.

Desempenho de setores e varejistas

Apesar das quedas nos setores de commodities e frigoríficos, alguns setores mostraram resistência. Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 1,62%, Bradesco (BBDC4) subiu 1,07% e Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 0,91%. No varejo, Lojas Renner (LREN3) teve um desempenho positivo com alta de 1,71%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) e Casa Bahia (BHIA3) enfrentaram perdas significativas de 2,42% e 11,14%, respectivamente.