A sexta-feira terminou amarga para o mercado financeiro brasileiro. O Ibovespa teve uma queda de 1,55%, fechando em 131.065,44 pontos hoje (20), marcando a maior baixa diária desde 7 de junho. O índice acumulou quatro sessões consecutivas de baixa, perdendo mais de 4 mil pontos nesse período, e chegou a cair aos 130,9 mil pontos durante o dia.

Já o dólar comercial quebrou sua sequência de sete quedas e subiu 1,78%, encerrando o dia a R$ 5,52, refletindo o clima de apreensão antes da divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias pelo governo. 

Ao mesmo tempo, os juros futuros (DIs) também subiram fortemente, com a maioria dos vencimentos acima dos 12%.

O desempenho negativo do dia foi influenciado por fatores internacionais e domésticos. No exterior, os índices caíram após a alta do dia anterior, impulsionada por ações dos bancos centrais, enquanto as tensões no Oriente Médio adicionaram incertezas. 

No Brasil, o mercado operava com cautela diante da expectativa pela divulgação do relatório de receitas e despesas do governo, levantando preocupações sobre as manobras fiscais para equilibrar as contas.

Além disso, o vencimento de opções sobre ações também influenciou a sessão, com o Ibovespa rompendo o suporte dos 133.800 pontos e abrindo espaço para uma realização de lucros.

A situação fiscal do Brasil segue como um ponto de atenção. De acordo com estrategistas do BTG Pactual, os investidores estão preocupados com a proposta orçamentária para 2025, considerada irrealista, e incertos sobre como o ciclo de aperto monetário no país pode impactar as ações.

Queda do Ibovespa

O dia foi especialmente duro para o Ibovespa, com a Vale (VALE3) contribuindo significativamente para a queda do índice, recuando 1,43% após a baixa no preço do minério de ferro. A Petrobras (PETR4) teve uma queda marginal de 0,06%, com impacto limitado no índice geral.

Entre os poucos destaques positivos, a Embraer (EMBR3) subiu 1,60%, mas a maioria dos ativos teve um desempenho fraco. A B3 (B3SA3) despencou 3,33%, e os grandes bancos também tiveram quedas consideráveis: Banco do Brasil (BBAS3) recuou 1,47%, Bradesco (BBDC4) caiu 1,86%, Itaú Unibanco (ITUB4) desceu 1,20%, e Santander (SANB11) perdeu 2,15%.

No setor de varejo, o cenário foi ainda mais sombrio, com Lojas Renner (LREN3) caindo 4,35% e Magazine Luiza (MGLU3) despencando 7,26%. Nem mesmo notícias positivas conseguiram salvar algumas ações: a Multiplan (MULT3) perdeu 0,75%, apesar de seu plano de comprar ações do OTPP, enquanto a Vamos (VAMO3) recuou 4,64%, mesmo com o empréstimo do BNDES para renovar sua frota.

A Brava (BRAV3) caiu 3,76%, em meio a dúvidas contínuas sobre sua plena funcionalidade após o adiamento da retomada de produção de Papa-Terra. A Hypera (HYPE3) caiu 3,43%, em meio a novas denúncias de propinas envolvendo senadores.

O destaque negativo ficou para AgroGalaxy (AGXY3), que desabou 21,92% ao revelar sua dívida de R$ 3,7 bilhões. Somada às quedas de 25,51% e 13,27% nos dois dias anteriores, a empresa viu suas ações afundarem em uma sequência alarmante.

Após uma semana tão turbulenta, o fim de semana será um alívio para os investidores que agora esperam que o mercado possa se recuperar na próxima semana.

Maiores altas do Ibovespa nesta sexta (20)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
RAIZ4+2,283,14
EMBR3+1,6048,25
TIMS3+1,3018,73
VBBR3+1,1424,78
EGIE3+0,5843,71

Maiores baixas do Ibovespa nesta sexta (20)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
CSNA3-7,6311,13
MGLU3-7,2610,35
CVCB3-6,971,87
EZTC3-6,8513,46
ASAI3-6,557,70

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa131.065,44-2.057,23-1,55
🇧🇷 USD/BRL5,5209-0,0956+1,78
🇺🇸 S&P 5005.702,55−11,09-0,19

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.