Bolsa volta a fechar em queda apesar de notícias positivas e Vale e Petrobras em alta
O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira com queda de 0,43%, atingindo 131.586,45 pontos. O índice foi pressionado pela queda de 3,34% nas ações da B3, apesar dos desempenhos positivos de Vale e Petrobras, que subiram 0,45% e 0,73%, respectivamente.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou a sessão desta quarta-feira (25) com uma queda de 0,43%, registrando 131.586,45 pontos. Embora o mercado tenha recebido algumas notícias macroeconômicas favoráveis, como a desaceleração da prévia da inflação e medidas de estímulo econômico da China, o índice foi puxado para baixo pelas perdas expressivas de algumas ações importantes, como B3 (B3SA3), que caiu 3,34%. O dólar comercial, por sua vez, encerrou o dia em alta, cotado a R$ 5,47, enquanto os juros futuros (DIs) caíram ao longo da curva.
Mercado reage com cautela após dados inflacionários e notícias da China
Uma das principais razões para o cenário misto no mercado foi a divulgação da prévia da inflação de setembro, o IPCA-15, que surpreendeu ao desacelerar para 0,13%. Esse dado foi significativamente inferior ao esperado, visto que as projeções do mercado indicavam uma aceleração para 0,30%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula uma alta de 4,12%, abaixo dos 4,35% registrados nos 12 meses anteriores. Segundo economistas, o resultado foi positivo, reforçando a perspectiva de uma inflação sob controle no curto prazo.
Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, destacou que a desaceleração não pode ser atribuída a fatores isolados ou pontuais, mas sim à melhoria generalizada. Apesar disso, o economista Pedro Caldeira, da One Investimentos, alertou que as preocupações fiscais do Brasil continuam a pesar sobre o mercado, afetando o otimismo com os dados inflacionários.
Além disso, o banco central da China anunciou uma redução na taxa de empréstimo de médio prazo para algumas instituições financeiras, reforçando as medidas de estímulo econômico divulgadas anteriormente. Esse movimento visa impulsionar a economia do gigante asiático, o que poderia beneficiar indiretamente mercados emergentes, incluindo o Brasil, especialmente em setores como mineração e petróleo.
Ações da Vale e Petrobras fecham em alta, mas B3 pressiona o índice
Mesmo com essas notícias positivas, o Ibovespa foi pressionado principalmente pela queda da B3, que recuou 3,34%, sendo um dos grandes responsáveis pela retração do índice. No entanto, grandes pesos do índice, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), tiveram desempenhos positivos, ajudando a conter uma queda ainda maior. As ações da Vale subiram 0,45%, impulsionadas pela perspectiva de crescimento econômico da China, enquanto a Petrobras avançou 0,73%, beneficiada pela alta nos preços do petróleo no mercado internacional.
Entre as ações mais negociadas do dia, além de Petrobras e Vale, destaque para Ambev (ABEV3), que caiu 0,63%, e Bradesco (BBDC4), que subiu 0,63%. A movimentação positiva em alguns desses ativos reflete as expectativas sobre os dados econômicos internacionais e as reações do mercado em relação ao cenário global.
Eletrobras recua após ação judicial e incertezas internas
A Eletrobras (ELET3) também apresentou uma queda significativa de 1,24%, em meio à notícia de que a Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL) entrou com uma ação civil pública contra a empresa e seu presidente, Ivan Monteiro. A acusação é de omissão de informações relevantes, o que gerou incertezas no mercado sobre a governança da companhia, afetando diretamente o desempenho de suas ações.
Maiores altas do Ibovespa nesta quarta (25)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BRKM5 | +4.42% | R$ 20,07 |
CMIN3 | +2.43% | R$ 6,75 |
BRFS3 | +2.39% | R$ 25,27 |
MRFG3 | +2.09% | R$ 14,19 |
PETZ3 | +1.27% | R$ 4,77 |
Maiores baixas do Ibovespa nesta quarta (25)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BRAV3 | -6.47% | R$ 18,20 |
COGN3 | -5.30% | R$ 1,25 |
YDUQ3 | -5.00% | R$ 9,12 |
ASAI3 | -4.54% | R$ 7,78 |
AZZA3 | -4.17% | R$ 42,94 |
Expectativa para a fala de Jerome Powell e PIB dos EUA
Com o fim do pregão, as atenções se voltam agora para os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que será divulgado amanhã, e para a fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed). O mercado espera que Powell traga sinais mais claros sobre o rumo da política monetária norte-americana, especialmente no que diz respeito às taxas de juros, que têm sido um tema de grande preocupação para investidores globais.
A política monetária dos EUA tem um impacto direto nos mercados emergentes, incluindo o Brasil. Um sinal de que o Fed pode continuar com uma postura mais rígida, mantendo as taxas de juros em níveis elevados, pode pressionar ainda mais as moedas emergentes, incluindo o real, e provocar volatilidade nas bolsas de valores.
Desempenho das principais ações e índices internacionais
No cenário internacional, os principais índices de Nova York fecharam de forma mista, refletindo a cautela dos investidores antes da divulgação do PCE (índice de inflação de consumo pessoal), esperado para sexta-feira (27). O Dow Jones caiu 0,70%, o S&P 500 recuou 0,19%, enquanto o Nasdaq teve leve alta de 0,04%.
A alta no dólar comercial no Brasil, que subiu 0,23%, indo a R$ 5,47, seguiu o movimento da moeda norte-americana globalmente. O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, subiu 0,51%, mostrando a força da divisa nos mercados globais.
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 131.586 | -569 | -0,43% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,4774 | +0,0233 | +0,43% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.722,26 | -10,67 | -0,19% |