O Ibovespa fecha em alta nesta sexta-feira (12), refletindo o alívio das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, além da divulgação de dados econômicos locais e internacionais mais positivos. O principal índice da Bolsa brasileira avançou 1,05%, encerrando o dia aos 127.682,40 pontos. No acumulado da semana, o Ibovespa registrou ganho de 0,34%, após duas semanas consecutivas de queda.

Essa recuperação dos mercados foi impulsionada por fatores como a valorização do petróleo e do minério de ferro, os bons resultados de grandes bancos americanos e, principalmente, uma sinalização de moderação na retórica comercial entre Washington e Pequim.

Alívio nas tensões comerciais impulsiona otimismo no mercado

Um dos principais vetores para o desempenho positivo do dia foi a retomada do diálogo entre China e Estados Unidos. Apesar de ter anunciado uma tarifa de 125% sobre veículos importados dos EUA, o governo chinês adotou um tom conciliador, destacando que conflitos comerciais não trazem benefícios a nenhum dos lados. A fala do presidente Xi Jinping de que “não há vencedores em guerras comerciais” trouxe alívio aos investidores.

Do lado americano, a Casa Branca também indicou otimismo com uma possível resolução, minimizando o impacto das tarifas e reforçando a busca por um acordo. O gesto foi bem recebido pelos mercados globais e ajudou a impulsionar as bolsas ao redor do mundo, incluindo o Ibovespa.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários também avançaram. Ações de bancos como Wells Fargo, JPMorgan, Morgan Stanley e BlackRock tiveram alta após apresentarem resultados trimestrais acima das expectativas. O desempenho forte desses papéis ajudou a reforçar o apetite por risco, com impacto positivo sobre os mercados emergentes.

Ibovespa fecha em alta puxado por bancos e empresas de commodities

O desempenho do Ibovespa foi sustentado por ações de peso na composição do índice. Petrobras (PETR4) subiu 1,99%, acompanhando a valorização do petróleo no mercado internacional. Já Vale (VALE3) avançou 1,67%, beneficiada pelo aumento no preço do minério de ferro.

Entre os bancos, destaque para Banco do Brasil (BBAS3), que subiu 0,87% após ter seu preço-alvo elevado por analistas da XP Investimentos. As ações da Itaúsa (ITSA4) e do Itaú Unibanco (ITUB4) também avançaram, com ganhos de 1,05% e 0,51%, respectivamente.

Analistas destacam que o setor bancário ainda é negociado com desconto em relação a seus pares globais, o que atraiu investidores em busca de oportunidades. A performance dos bancos foi essencial para sustentar o movimento positivo do índice.

Dólar e juros futuros recuam com cenário externo mais favorável

No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,46%, cotado a R$ 5,871. O recuo da moeda americana reflete tanto o alívio global quanto a entrada de fluxo estrangeiro para a Bolsa.

Já os juros futuros (DIs) recuaram em toda a curva, acompanhando o ambiente mais positivo para ativos de risco. Esse movimento está alinhado com a percepção de que o ciclo de afrouxamento monetário ainda pode seguir nos próximos meses, caso os dados de inflação continuem sob controle.

Indicadores econômicos brasileiros reforçam perspectiva positiva

Do lado doméstico, os investidores também repercutiram os dados de atividade econômica e inflação. O IBC-Br de fevereiro — considerado uma prévia do PIB — registrou alta de 0,4% frente a janeiro, desempenho acima das projeções. O resultado foi puxado principalmente pelo setor agropecuário.

Já o IPCA de março, divulgado mais cedo, veio em linha com as expectativas do mercado. Apesar de pressões pontuais, como nos preços de alimentos, analistas apontam que a inflação deve se manter sob controle até o terceiro trimestre, com possibilidade de desaceleração mais adiante.

Esses dados reforçam a visão de que a economia brasileira continua em trajetória de recuperação, mesmo diante de incertezas externas.

Recessão nos EUA ainda preocupa, mas não impede otimismo

Apesar do tom mais otimista no curto prazo, o risco de recessão nos Estados Unidos segue no radar dos investidores. A BlackRock alertou que o país pode já estar em recessão, ou próximo disso, devido ao impacto das tarifas e à desaceleração do consumo.

As montadoras americanas também estão sob pressão: estima-se que as tarifas possam gerar um impacto de até US$ 108 bilhões no setor, o que afeta toda a cadeia produtiva.

Mesmo com esses sinais de alerta, o mercado reagiu positivamente nesta sexta-feira, apostando que os bancos centrais e os governos atuarão para evitar uma desaceleração mais forte.

Maiores altas do índice Ibovespa hoje (11)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
VAMO3+12.73%R$ 4,87
SLCE3+6.01%R$ 20,12
BRAV3+5.24%R$ 17,26
PRIO3+4.38%R$ 34,33
AZZA3+4.00%R$ 26,24

Maiores quedas do Ibovespa hoje (11)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
IRBR3-6.65%R$ 44,63
NTCO3-1.16%R$ 9,37
CPFE3-1.15%R$ 37,71
SUZB3-1.15%R$ 51,64
LWSA3-1.01%R$ 2,94

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa127.682+1.328+1,05%
🇧🇷 USD/BRL5,8682-0,0167-0,28%
🇺🇸 S&P 5005.363,36+95,31+1,81%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.