O Ibovespa (IBOV) reagiu positivamente às recentes movimentações do mercado e alcançou os 133 mil pontos durante a sessão desta terça-feira (25). O índice de ações da bolsa brasileira subiu 0,57%, fechando em 132.067,69 pontos, impulsionado pelo apetite ao risco e pela reação positiva à ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O desempenho de grandes empresas também foi um fator determinante para esse resultado, com destaques como a Vamos (VAMO3) e os papéis da Petrobras (PETR4; PETR3) e Vale (VALE3), que seguiram a tendência positiva nas bolsas internacionais.

Reação à ata do Copom e expectativas para a Selic

A alta do Ibovespa reflete a reação dos investidores à ata do Copom, que foi divulgada no início da tarde. O documento trouxe informações cruciais sobre o cenário econômico atual, incluindo a “elevada incerteza” doméstica, que justificou a postura do Comitê em não encerrar o ciclo de alta dos juros. O Copom indicou que a continuidade do aperto monetário é necessária para combater a inflação, o que reforça a expectativa de novos aumentos na Selic, com o mercado projetando um novo aumento na reunião do Copom prevista para maio.

Na última semana, o Banco Central havia elevado a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, conforme antecipado em seu guidance. A ata destacou que o cenário inflacionário continua desafiador, com as expectativas para o futuro da economia ainda incertas, o que levou o Comitê a sinalizar a possibilidade de mais um ajuste para manter o controle da inflação. Para economistas do Bradesco, a ata reflete um Copom comprometido com a continuidade do ciclo de aperto monetário, enquanto o Itaú BBA destacou a firmeza da comunicação em relação aos desafios econômicos.

Dólar em queda

O dólar também registrou queda de 0,75%, fechando a R$ 5,7092, acompanhando o movimento de recuperação do Ibovespa. A desvalorização da moeda norte-americana pode ser explicada pela combinação do apetite ao risco no mercado e pela reação positiva à ata do Copom. Em tempos de maior estabilidade, investidores tendem a buscar ativos mais arriscados, como ações brasileiras, o que fortalece o real e diminui a demanda por dólares.

Esse movimento é relevante, já que o mercado brasileiro tem mostrado sinais de recuperação, especialmente após a sinalização de continuidade do ciclo de alta da taxa de juros. O comportamento do dólar tem um impacto significativo na economia nacional, afetando desde as exportações até o poder de compra do consumidor.

Ações de destaque

O destaque da sessão foi a ação da Vamos (VAMO3), que registrou uma alta expressiva de mais de 17% após a divulgação de seu balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24). O lucro líquido da empresa foi beneficiado pela cisão com a Automob (AMOB3), o que refletiu positivamente nos números da companhia. O BTG Pactual, em sua análise, classificou os resultados como consistentes com as expectativas, com destaque para o aumento do lucro. Para o Bradesco BBI, os números da Vamos mostraram os primeiros sinais de inflexão, o que foi interpretado como um bom sinal para o futuro da empresa.

Por outro lado, a Embraer (EMBR3) foi pressionada pela segunda sessão consecutiva, com os papéis da fabricante de aeronaves registrando queda. A desvalorização do dólar ante o real afetou diretamente a empresa, uma vez que sua receita está atrelada a contratos internacionais, e a moeda forte prejudica seus resultados financeiros.

Commodities

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, as ações da Petrobras (PETR4; PETR3) e Vale (VALE3) também seguiram o desempenho positivo. Ambas as empresas tiveram alta na sessão, impulsionadas pela recuperação das commodities. O petróleo Brent, referência no mercado internacional, fechou a US$ 72,39 o barril, com leve ganho de 0,03%. Já o contrato mais negociado de minério de ferro teve alta de 0,65%, sendo cotado a 776 yuans (aproximadamente US$ 106,88) a tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China. A valorização das commodities tem um impacto significativo para o desempenho dessas grandes empresas, que são fundamentais para a economia brasileira.

Mercados internacionais

Enquanto o mercado brasileiro se recuperava, as bolsas de Nova York também registraram ganhos pelo terceiro dia consecutivo. As expectativas em relação às tarifas de importação do presidente Donald Trump continuaram a influenciar os mercados, com o presidente afirmando que as tarifas, que começam a valer em 2 de abril, já estão definidas. Trump também destacou que as novas tarifas gerarão “muito dinheiro e muitos empregos para os EUA”.

Embora o otimismo tenha prevalecido nas bolsas americanas, dados econômicos mais fracos também impactaram o mercado. O índice de confiança do consumidor do Conference Board caiu para 92,9, abaixo das expectativas, com a medida para expectativas futuras registrando o nível mais baixo em 12 anos. Isso gerou uma sensação de cautela entre os investidores, com muitos começando a questionar a força da economia americana no futuro próximo.

Maiores altas do Ibovespa hoje (25)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
VAMO3+15.62%R$ 4,96
HAPV3+7.21%R$ 2,23
CVCB3+6.60%R$ 2,26
LWSA3+5.02%R$ 2,72
COGN3+4.89%R$ 1,93

Maiores quedas do Ibovespa hoje (25)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
RADL3-2.54%R$ 19,18
EMBR3-2.12%R$ 69,74
PETZ3-1.87%R$ 4,20
SMTO3-1.67%R$ 21,22
MRFG3-1.57%R$ 17,57

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa132.068+746+0,57%
🇧🇷 USD/BRL5,7037-0,0602-1,04%
🇺🇸 S&P 5005.776,62+9,05+0,16%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.