Ibovespa fecha em leve alta com expectativa por corte de gastos e alta do dólar
O Ibovespa encerrou a quarta-feira com uma leve alta de 0,03%, atingindo 127.733,88 pontos. O desempenho foi impulsionado por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre um pacote de corte de gastos, que visa fortalecer a confiança no arcabouço fiscal brasileiro.
bovespa fechou a semana com alta de 0,27%, mas caiu 0,77% na sexta-feira. Saiba os fatores que impactaram o mercado financeiro e as perspectivas para os próximos dias.
O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (13) com uma leve alta de 0,03%, alcançando 127.733,88 pontos. O movimento ocorreu em meio a uma jornada de volatilidade e expectativa sobre os próximos passos do governo brasileiro, em especial após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o impacto do pacote de cortes de gastos. Os investidores observaram o panorama internacional, marcado pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, além de uma sessão mista nas bolsas de Nova York.
Mercado reage a declarações de Haddad sobre cortes de gastos
O ministro Fernando Haddad destacou que o governo prepara um pacote de cortes de gastos que visa manter o compromisso com as regras fiscais e garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal no Brasil. Segundo o ministro, a iniciativa pode ter um impacto “expressivo” na contenção do gasto público, o que traria mais estabilidade para a economia brasileira e ajudaria a manter as contas em ordem. Esse pacote de corte de gastos, estimado em aproximadamente R$ 30 bilhões, tem gerado grande expectativa no mercado, principalmente em um cenário onde a inflação e a taxa de juros ainda se mantêm em patamares elevados.
A fala de Haddad impulsionou uma recuperação no índice Ibovespa, que chegou a registrar perdas de 0,4% no início do pregão. A expectativa é que, mesmo sem uma divulgação completa das medidas ainda esta semana, as propostas promovam maior confiança no mercado financeiro. A alta do índice, ainda que modesta, sinalizou uma reação positiva dos investidores à continuidade das medidas fiscais, mantendo o Ibovespa no campo positivo após uma semana de desempenho instável.
Reação do mercado internacional ao CPI dos EUA
Nos Estados Unidos, os mercados estavam de olho no índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro, divulgado nesta quarta-feira, que veio em linha com as expectativas do mercado. Esse dado é relevante pois indica a direção da inflação nos EUA e influencia as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros. Com o CPI dentro do esperado, as apostas de que o Fed possa reduzir os juros na próxima reunião aumentaram, atingindo 79,1%, de acordo com analistas. Em resposta, as bolsas de Nova York tiveram uma sessão mista: o Dow Jones fechou com alta de 0,11%, o S&P 500 avançou 0,02%, enquanto o Nasdaq recuou 0,26%.
Essa estabilidade nos índices americanos também refletiu o otimismo do mercado de que a inflação possa estar sob controle, o que reduz a necessidade de aperto monetário. Essa expectativa de cortes nos juros do Fed também afeta os investidores brasileiros, que acompanham o impacto que as decisões dos EUA podem ter na política monetária e no fluxo de capitais para mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Performance das principais ações no Ibovespa
As ações das principais empresas brasileiras listadas no Ibovespa tiveram desempenhos variados, influenciadas por resultados financeiros e perspectivas de mercado:
- Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) registraram leve queda de 0,28% e 0,14%, respectivamente. O mercado reagiu à oscilação no preço internacional do petróleo e às incertezas do setor de mineração.
- Hapvida (HAPV3) despencou 6,34% devido ao aumento das ações judiciais movidas por clientes, que buscam proteção da Justiça em disputas com a empresa.
- CSN (CSNA3) recuou 3,97% após a empresa informar que alcançar sua meta de alavancagem até o fim do ano é um objetivo “desafiador”.
- IRB Brasil (IRBR3), apesar de ter registrado um aumento no lucro no 3T24, teve suas ações em queda de 6,85%, em um movimento de ajuste após o balanço financeiro.
Por outro lado, algumas ações se destacaram positivamente. A CVC (CVCB3) teve uma valorização de 2,36% ao anunciar seu primeiro lucro trimestral em quatro anos. Embraer (EMBR3), por sua vez, registrou uma alta expressiva de 4,73% após o preço-alvo da ação ser elevado por analistas, refletindo perspectivas de crescimento para a empresa no setor aeronáutico.
Maiores altas do Ibovespa hoje (13)
| Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
| EMBR3 | +4.73% | R$ 56,69 |
| LWSA3 | +3.19% | R$ 4,26 |
| AZZA3 | +2.69% | R$ 41,18 |
| ENGI11 | +2.44% | R$ 41,14 |
| CVCB3 | +2.36% | R$ 2,17 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (13)
| Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
| IRBR3 | -6.85% | R$ 40,50 |
| RAIZ4 | -6.42% | R$ 2,48 |
| HAPV3 | -6.34% | R$ 3,10 |
| CMIN3 | -5.77% | R$ 5,23 |
| CSNA3 | -3.97% | R$ 10,64 |
Dólar comercial e interferência do Banco Central
No mercado cambial, o dólar comercial registrou alta de 0,36%, fechando a R$ 5,79. A moeda americana enfrentou uma trajetória de alta ao longo do dia, impulsionada pelo cancelamento temporário de dois leilões de câmbio pelo Banco Central devido a problemas técnicos. Embora o Banco Central tenha retomado os leilões posteriormente, o dólar seguiu em alta, refletindo um cenário de cautela e incerteza entre os investidores.
Essa movimentação do câmbio reflete a percepção do mercado sobre as intervenções do Banco Central para conter a volatilidade, enquanto os investidores continuam atentos à influência do cenário fiscal e político do Brasil sobre o valor do real. No contexto das declarações de Haddad e a expectativa de cortes de gastos, a alta do dólar sugere uma demanda maior por segurança em moedas fortes, enquanto o mercado ainda espera por medidas concretas que reduzam o déficit público.
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
| Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
| 🇧🇷 Bovespa | 127.734 | +36 | +0,03% |
| 🇧🇷 USD/BRL | 5,8061 | +0,0576 | +1,00% |
| 🇺🇸 S&P 500 | 5.985,38 | +1,39 | +0,02% |
Mercado de juros futuros e expectativa para o feriado
O mercado de juros futuros também registrou movimentos variados. As taxas de longo prazo fecharam em queda, refletindo uma maior confiança dos investidores na trajetória de redução dos juros. Entre os destaques, as taxas para 2031 e 2035 caíram 0,040 e 0,050 pontos percentuais, respectivamente, em um movimento que reflete o otimismo com o controle da inflação e a possível redução dos juros no médio prazo.
Com o feriado da Proclamação da República na sexta-feira, o mercado financeiro brasileiro terá uma semana mais curta. As atenções agora se voltam para a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) nos Estados Unidos na quinta-feira, dado que poderá influenciar ainda mais as expectativas sobre o rumo dos juros americanos.
